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Fazendas verticais: o novo conceito de agricultura sustentável a6x6b

Amanda Guedes

Amanda Guedes

foto: reprodução

Empreendimentos de agricultura urbana, entre eles as fazendas verticais, já empregam pelo menos 200 milhões de pessoas e respondem por cerca de 20% da produção mundial de alimentos, tendo um importante papel na segurança alimentar de países em desenvolvimento. Mesmo em países desenvolvidos a agricultura urbana é responsável por quase um quarto da produção de hortaliças e frutas.

Embora ainda restem dúvidas sobre a viabilidade econômica da produção agrícola em ambientes controlados, há uma série de vantagens potenciais que não podem ser ignoradas, a primeira das quais é a completa independência da produção em relação ao clima, de forma que noções como as de zoneamentos climáticos da produção agrícola deixam de fazer sentido. Em princípio é possível construir-se uma estrutura de cultivo controlado (fábrica de plantas, fazenda vertical etc.) em qualquer lugar, principalmente caso se utilize luz artificial, já que não se utiliza solo.

A independência do clima significa que não há necessidade de períodos ociosos – a estrutura pode produzir ao longo de todo o ano. A qualidade do alimento produzido nestas estruturas é muito alta em todos os aspectos, fitossanitários, sanitários e mesmo nutricionais.

O uso de práticas de cultivo sem solo, como a hidroponia, garante que a composição química dos alimentos seja completa, havendo ainda a possibilidade de se manipular as concentrações de nutrientes através da solução hidropônica. Além disso, a eficiência no uso de nutrientes e água é muito maior do que em sistemas de cultivo convencionais, permitindo produtividades mais elevadas.

Uma grande preocupação no mundo hoje quanto à qualidade de hortaliças e frutas é a presença de resíduos de pesticidas. O plantio em ambiente controlado virtualmente elimina a necessidade de aplicação de agrotóxicos uma vez que os cultivos se encontram fisicamente isolados do exterior.

A proteção física e a ausência de influências externas não controladas fazem com que produtos perecíveis como hortaliças tenham uma vida de prateleira mais longa. O fato de o local ideal para a produção controlada ser o ambiente urbano reduz a necessidade de transporte e as perdas associadas ao deslocamento de produtos agrícolas.

O setor de produção de hortaliças no Brasil abastece majoritariamente o mercado interno, cujo consumo médio é baixo (IBGE, 2010). Novas tecnologias com potencial disruptivo, como a agricultura urbana intensiva em ambiente controlado, tem o potencial de abastecer as classes média e alta com produtos de alta qualidade, hortaliças que se encaixam na classificação de CGG (clean, green and gourmet) e poderia mesmo aproveitar o mercado de exportação.

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foto: reprodução

Já existem empreendimentos de agricultura indoors em várias partes do mundo, inclusive em escala comercial, mas são quase nulos os exemplos e as descrições detalhadas de produção em ambiente controlado em países de clima tropical. As iniciativas no Brasil ainda são modestas e pouco adaptadas às condições locais.

Na verdade, ainda há necessidade de se desenvolver e aprimorar o sistema de produção de alimentos, principalmente hortaliças, em cultivo controlado levando em consideração especificidades ambientais, técnicas e biológicas.

Questões importantes permanecem em aberto, tais como o uso de iluminação artificial, o tipo mais adequado de estrutura externa, os cultivos mais apropriados em termos agronômicos e mercadológicos, o melhor sistema de cultivo sem solo, resposta das plantas ao CO2, temperaturas ótimas de cultivo. Também há pouca informação sobre protocolos de gestão de o ao ambiente de cultivo indoors visando eliminar a entrada de patógenos, pragas e outros organismos indesejáveis.

A Embrapa tem realizado pesquisas e desenvolvido conhecimento e tecnologias no cultivo de hortaliças em ambiente protegido desde a década de 90 do século ado. Mais recentemente, a equipe de pesquisa em ambiente protegido da Embrapa intensificou as pesquisas em sistemas de produção sem solo, testando práticas, espécies, variedades, composição de soluções nutritivas e formas de aplicação, além de diferentes substratos e meios de cultivo. Embora o cultivo protegido tenha importantes diferenças em relação ao cultivo controlado, ambos são suficientemente próximos para permitir a transferência e o uso de pelo menos parte do conhecimento até hoje produzido.

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A empresa 100% Livre já está cultivando e comercializando hortaliças a partir dos resultados gerados dentro da parceria de pesquisa com a Embrapa. Além da 100% Livre, a cidade de São Paulo já conta com pelo menos mais duas fazendas verticais: a Pink Farms e a Fazenda Cubo.

Outras cidades brasileiras em breve também contarão com fazendas verticais. A pesquisa em agricultura em ambiente controlado feita pela Embrapa e algumas outras instituições deverá facilitar a expansão do cultivo vertical, chamar a atenção do público para os sistemas de produção sem solo e aumentar o consumo de hortaliças frescas, nutritivas e seguras pela população urbana no Brasil.

FONTE: AG/EVOLUTION

Autor: Amanda Guedes

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Autor no site Sou Agro.

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