Seca estragos campo 1m33l

 

#souagro | As regiões produtoras do Paraná, entre elas consta o oeste, enfrentam uma das piores estiagens já registradas em todos os tempos. E se o cenário não mudar, caminha para ser a pior dos últimos anos. Em Cascavel, o mês mais seco do histórico foi em dezembro de 2018, quando choveu apenas 23,4 milímetros. Um dos municípios mais castigados pela seca é Palotina. Por lá, a última chuva robusta ocorreu no fim de outubro. As informações foram obtidas na manhã desta terça-feira, em entrevista por telefone concedida pelo meteorologista do Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná), Samuel Braun.

Em dezembro, até agora, nada de chuva em Cascavel. No mês ado, foram registrados 84,4 milímetros, bem abaixo dos 180 milímetros de média histórica do referido mês. “Acredito que deve ser uma das piores [secas]. Esse cenário de escassez hídrica vem evoluindo desde o ano ado, com uma sucessão de períodos secos. “No geral, a cada mês, é perceptível uma situação de chuva abaixo da média em longo prazo”.

O meteorologista comenta que havia uma indicativa de chuva para segunda e esta terça-feira, mas o modelo mudou de repente. “Nessa época, depende muito da umidade proveniente da Amazônia. Temos um padrão de circulação, que em determinados momentos traz a umidade da Amazônia para regiões específicas”, comenta. “Para os próximos dias, temos um indicativo desse ingresso de umidade um pouco mais expressivo em direção ao Sudeste do Brasil. É um problema, principalmente para o agricultor, porque a tendência, com esse cenário, é de chover mais naquela região do que no Sul”. Conforme Samuel Braun, “infelizmente, as perspectivas não são muito boas para dezembro, com possibilidade de fechar o mês abaixo da média”.

O agrometeorologista Reginaldo Andrade, faz um resgate das médias históricas adas. Em dezembro do ano ado, choveu perto de 300 milímetros, muito bom, diante de um período anterior de seca. “Naquela primeira quinzena de dezembro, metade choveu e metade não. Em novembro do ano ado, choveu basicamente o mesmo volume registrado neste ano, ou seja, 85 milímetros”, recorda. Segundo ele, a diferença, é que nos primeiros quinze dias de dezembro do ano ado ocorreram 205,4 milímetros de chuvas, com oito dias de chuva e sete dias seco. Agora, nestes primeiros quinze dias de dezembro, foram sem uma gota de chuva, totalmente seco e não há muita expectativa de chuva até o fim do mês. Realmente, uma das piores dos últimos tempos. “O problema é que estamos em um período de florescimento das culturas, que é o período mais sensível, tanto da soja quando do milho. Então nessa fase, qualquer problema nesta fase pode gerar sérios reflexos para a produção final”. Ou seja, mesmo que venha chover depois, se não ocorrer as precipitações agora, mais para frente serão sentidas as consequências dessa escassez hídrica.

 

 

Perdas significativas 581540

O engenheiro agrônomo Modesto Daga, atual vice-presidente do Sindicato Rural de Cascavel, diz que a estiagem tem castigado o Sul do Brasil, em especial, o oeste paranaense, onde todas as culturas como soja e milho se encontram em fase de frutificação. “As perdas já são significativas, principalmente com relação ao milho”, resume. Sobre a soja, é necessário fazer um comparativa  com o ano ado, uma vez que também foi registrada uma grande estiagem, porém, com o cultivo à época mais atrasado, essa seca ocorreu em novembro e início de dezembro.  Na ocasião, a soja estava na fase de desenvolvimento vegetativo, ao contrário de agora, um período em que a cultura mais precisa de água.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

 

Vandre Dubiela

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