AGRICULTURA 202h3b
Saiba o que esperar no mercado do milho este ano 3jx4s
A temporada brasileira 2021/22 de milho deve se iniciar com preços internos acima da média histórica. No primeiro semestre de 2022, os baixos estoques e a demanda firme podem limitar a possibilidade de
quedas expressivas nas cotações, ao o que, na segunda metade do ano, pode haver certa pressão sobre os valores, caso se consolidem as projeções de oferta de segunda safra elevada. Por enquanto, as estimativas oficiais indicam produção e exportações recordes no Brasil e no mundo.
As lavouras brasileiras da primeira safra foram beneficiadas pelo clima durante a semeadura e a fase inicial de desenvolvimento. No entanto, o clima seco no Sul do País foi motivo de preocupação no último bimestre de 2021, com agentes já apontando oferta inferior às estimativas. Para a segunda safra, o cultivo da soja mais acelerado e dentro do período considerado ideal deve favorecer a colheita da oleaginosa, permitindo a semeadura de milho na janela mais adequada para o desenvolvimento das lavouras.
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A depender do clima nos primeiros meses de 2022, a produtividade do milho segunda safra pode ser considerada satisfatória. Por enquanto, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a primeira safra de milho 2021/22 deva atingir 24,78 milhões de toneladas, 0,3% a mais que na temporada anterior, resultado do aumento de 3,8% na área. Esta perspectiva de maior produção é um alento aos consumidores, tendo em vista que, em janeiro/22, os estoques de agens devem ser os menores desde janeiro/17, sendo equivalente a aproximadamente apenas 10% do consumo anual.
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As demandas doméstica e internacional devem se manter aquecidas. No Brasil, o consumo segue crescente, estimado em 76,8 milhões de toneladas em 2021/22, 7% superior à temporada ada e 12% acima da média das últimas três temporadas. O aumento no consumo reflete o maior interesse do setor pecuário e também do pujante segmento de etanol de milho do Centro-Oeste. As exportações devem ser favorecidas
pelo dólar valorizado e pelo maior excedente doméstico. A soma da produção do milho verão ao estoque de agem resulta em disponibilidade de 33,6 milhões de toneladas para o primeiro semestre, o equivalente a 44% do consumo doméstico no ano, contra 48% na temporada ada. Para a segunda temporada, por enquanto, diante os elevados preços dos últimos meses, a Conab estimativa aumento de 5,7% de área em relação à temporada anterior, um recorde. A Companhia prevê expressivo aumento de 34,4% na produtividade média nacional, após a forte quebra na safra 2020/21. Com isso, a produção do milho segunda safra 2021/22 é estimada em 86,25 milhões de toneladas, crescimento de 42% frente à anterior e 31% superior à média das últimas quatro safras, um recorde.
Para a terceira safra, por enquanto, a Conab mantém a estimativa de área e prevê aumento de 17% na produtividade média, resultando em produção de 1,8 milhão de toneladas. Caso as estimativas da Conab se
concretizem, a produção total de milho em 2021/22 deverá atingir 112,9 milhões de toneladas, também um recorde e 30% maior que a temporada 2020/21. A disponibilidade interna brasileira para a próxima safra– referente à soma de estoques iniciais, importação e produção – pode superar as 123 milhões de toneladas, quantidade 22% acima da temporada ada. Por outro lado, o consumo interno deve crescer em menor intensidade e,com isso, a diferença entre a disponibilidade interna e o consumo seria de 46,27 milhões de toneladas, volume 60% maior que o da safra ada e ainda 10% superior à média das últimas três temporadas. Estaquantidade estará disponível para exportação.
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Por enquanto, a Conab estima que 36,7 milhões de toneladas sejam embarcadas entre fevereiro/22 e janeiro/23 que, se concretizado, seria recorde. Em nível mundial, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que a produção seja de 1,206 bilhão de toneladas, recordee aumento de 7,5% em relação à anterior, refletindo os incrementos de 7,1% nos Estados Unidos, de 32% no Brasil e de 7% na Argentina. O consumo deve somar 1,17 bilhão de toneladas, elevação de 3%. Quanto às transações internacionais, o USDA projeta crescimento de 15%, indo para 204,2 milhões de toneladas, também recorde. Por
enquanto, a expectativa é de que os Estados Unidos sigam como principal exportador mundial, com 61,5 milhões de toneladas, seguidos por Argentina, com 41,5 milhões de toneladas, Ucrânia, com 33,5
milhões de toneladas e Brasil, com 31 milhões de toneladas – o período considerado é de outubro/21 a setembro/22. Ainda para 2021/22, o USDA estima que a China siga como a principal importadora, com 26 milhões de toneladas, seguida por México e Japão, com 17,3 milhões de toneladas e 15,6 milhões de toneladas, respectivamente.
Com perspectivas de aumento na produção e no consumo, o estoque mundial deverá atingir 303,06 milhões de toneladas, quantidade 3,7% superior à da temporada ada. A relação estoque final/consumo
global para a safra 2021/22 está em 26%, ainda 1 p.p. abaixo da média das últimas quatro safras, o que deve contribuir para a sustentação dos preços internacionais no médio prazo.
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MERCADO EM JANEIRO
As cotações do milho continuam em alta em janeiro na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Mesmo com o avanço da colheita da safra verão, as preocupações com a redução da produtividade sustentaram os preços em muitas praças. Compradores, por sua vez, estiveram restringindo as aquisições, o que acabou limitando os aumentos e/ou resultando até mesmo em quedas pontuais em regiões consumidoras.
(FONTE: Cepea)