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Inverno diminui a atividade metabólica dos peixes e estação requer manejo específico 3d513m

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Jonathan Campos / AEN

Na época mais fria do ano, os piscicultores precisam adotar técnicas específicas para contornar os desafios da produção. Isso porque o inverno reduz o metabolismo dos peixes e sua necessidade de se alimentar e se locomover. A vida do animal entra em um ritmo no qual todos os processos desaceleram: eles comem menos, com menor frequência e podem até deixar de se alimentar. Como consequência, ocorre lentidão ou paralisação do crescimento, além disso, a digestão, excreção e respiração sofrem alterações.

A médica-veterinária Talita Morgenstern, coordenadora técnica da unidade de negócio de Aquicultura da MSD Saúde Animal, explica que o manejo segue períodos estratégicos, então as práticas precisam acompanhar algumas situações, como temperaturas baixas. “Quando está muito frio, não é recomendável vacinar nem classificar ou povoar. Por outro lado, é importante utilizar uma boa nutrição e continuar com o trabalho de biosseguridade”, diz a especialista.

O pesquisador científico do Instituto de Pesca e formulador aquícola Giovani Sampaio Gonçalves reforça: “Nesta estação, a orientação é realizar o menor manejo possível e, quando o fizer, tem de ser de forma cautelosa. Além disso, é fundamental uma boa alimentação”. Ainda segundo ele, a demanda metabólica dos peixes por alguns nutrientes é reduzida no inverno, entretanto, outros nutrientes podem ser exigidos em maior quantidade, principalmente aqueles relacionados à imunidade.

“O animal perde a capacidade de crescimento rapidamente e a deposição de músculos nesse período está mais vulnerável a enfermidades e patógenos oportunistas, que se sobressaem em baixas temperaturas”, esclarece Gonçalves, que também acrescenta que, frente ao estresse térmico, os peixes ficam mais suscetíveis a esses patógenos e qualquer manejo indesejado pode levar a severas perdas.

Por essa razão, o uso de dietas com maior digestibilidade e densidade nutricional (maior inclusão de nutrientes) podem compensar em parte a menor ingestão de ração (matéria seca), aumentando a imunidade e a performance. Assim, o formulador aquícola recomenda uma dieta baseada em ácidos graxos poliinsaturados, suplemento vitamínico/mineral e aditivos nutricionais que auxiliem a imunidade.

 

Atenção redobrada às enfermidades

Como os peixes ficam mais vulneráveis a doenças no inverno, as medidas de biosseguridade também devem estar em foco. É importante monitorar diariamente a saúde dos peixes, desinfetar com produtos adequados as instalações aquícolas, os veículos e as embarcações, assim como os utensílios utilizados diariamente para reduzir a pressão dos patógenos no ambiente. Ainda, recomenda-se o uso estratégico do sal como ação preventiva, pois ele estimula a produção de muco que contribui como um mecanismo de defesa. Talita pontua que essas práticas auxiliam a manter a sanidade do cardume, evitando doenças como Francisella spp e Iridovírus, de grande impacto no período, além de outros patógenos como os fungos, comuns nesse período.

“A bactéria Francisella orientalis é responsável pela Franciselose, doença que tem trazido sérios prejuízos para a aquicultura e tem maior incidência no clima frio. O Iridovírus também é um grande desafio para a piscicultura, pelos registros crescentes e pelo seu alto impacto sanitário, uma vez que prejudica a produção e favorece a entrada de outras bactérias”, afirma a coordenadora técnica da MSD Saúde Animal.

As práticas de bem-estar animal também fazem a diferença e ganham mais relevância neste período, pois o estresse provocado por manejos inadequados pode fragilizar ainda mais os animais. Talita ressalta que, no inverno, há vários aspectos que precisam ser considerados. “Além da dieta equilibrada e a qualidade da água, é necessário evitar o tempo de exposição dos peixes ao ar e o estresse durante o transporte dos animais. Outro ponto importante é a densidade de estocagem que deve estar adequada para os desafios deste período”, orienta.

(COM MDS SAÚDE ANIMAL)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo s1k6

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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