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Plantio ficou “salgado”: Aumento do diesel chega em péssima hora 686k1y

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

BRASÍLIA, DF, BRASIL, 01-07-2014, 11h30: Caminh'oes trafegam pela BR-040. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O anúncio do reajuste no preço do óleo diesel não caiu bem para o planejamento financeiro do setor produtivo.  O reflexo nas bombas já chega em R$ 1 por litro, o que gera um grande impacto que começa dentro da porteira e percorre o longo caminho até a mesa do consumidor, gerando um enorme efeito dominó. E a sobrecarga surge num momento pra lá de impróprio, com a safra de inverno na reta final da colheita e que precisa ser escoada, e às vésperas do plantio da safra de verão, quando os insumos precisam chegar ao campo e as máquinas entram em ação.  Na semeadura, pulverização e colheita o óleo diesel é fundamental.

Luiz Eliezer Ferreira, técnico do Departamento Técnico Econômico do Sistema FAEP/SENAR-PR afirma que ainda não é possível mensurar o impacto real, mas assegura que a competitividade, que já era ameaçada, agora se tornou ainda mais vulnerável. “O diesel representa um dos principais insumos da produção agropecuária, ou seja, é um produto inelástico, isso significa que mesmo com um aumento, seu consumo não deve reduzir, função da sua essencialidade na produção. Fica então o aumento no custo de produção, o agricultor é tomador de preços, ou seja, a formação dos preços dos produtos agrícolas depende do mercado e ele não consegue rear esse aumento de custo. A margem de lucro fica mais estreita ou até mesmo negativa”, explica.

TRANSPORTES

O aumento no preço do litro do óleo diesel acertou em cheio outro braço fundamental do agro. A logística para o transporte de grãos no Brasil é em sua maior parte feita por rodovias. O setor de transportes já sente o peso do real a mais por litro. “Nos postos já sentimos um aumento de 25% e o transporte rodoviário de cargas é muito sensível a isso. Infelizmente não tem outra forma a não ser rear, o setor não consegue absorver. Com isso, o produto acaba chegando mais caro ao produtor rural e todos perdem. Ficamos menos competitivo perante o resto do mundo”, observa Antônio Ruiz, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Oeste do Paraná (Sintropar).

O reajuste foi necessário, segundo a Petrobrás para poder ter condições de concorrer com o mercado internacional. Assim entendeu o Sintropar. “O Brasil estava correndo o risco de ficar sem combustível e já havia restrições em distribuidoras porque não estava havendo produto suficiente”, relata Antônio. A situação tem a ver com a Guerra entre a Rússia e Ucrânia. “Um dos maiores fornecedores de combustível para o Brasil é os Estados Unidos. A Rússia sempre foi um grande fornecedor de diesel para a Europa, mas com o conflito, os Estados Unidos viram uma oportunidade no mercado europeu. Lei da oferta e procura, quem paga mais leva”, explica.

Para a Faep o reajuste no preço do diesel já era esperado. “A Petrobras alterou sua política de preço, mas o preço do petróleo no mercado internacional continua sendo a principal variável para a formação dos preços internos, juntamente com os impostos. O preço do petróleo internacional avançou 15% nos últimos 4 meses e 15% do petróleo consumido no Brasil são importados”, enaltece Luiz Eliezer Ferreira, técnico do Departamento Técnico Econômico do Sistema FAEP/SENAR-PR.

 

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo s1k6

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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