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MILHO: saiba quais são fatores decisivos para o plantio em Santa Catarina 4963h

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Foto: Divulgação/Epagri

O milho é um cereal que impacta profundamente na realidade do agronegócio catarinense. A insuficiência de milho para a cadeia produtiva da proteína animal e o elevado custo de transporte desse grão, em especial do Centro Oeste, para o abastecimento interno do Estado preocupam o ramo agropecuário. Santa Catarina precisa importar mais de 5 milhões de toneladas, principalmente para alimentação de aves, suínos e gado leiteiro.

Conforme dados disponíveis no Observatório Agro Catarinense, a área destinada ao cultivo de milho-grão foi reduzida em cerca de 150 mil hectares entre as safras 2012/13 e 2022/23. A forte oscilação dos preços, além dos fatores de manejo e custo de produção, estimularam a conversão de áreas de plantio de milho  em áreas de soja no Estado, um produto com grande liquidez no mercado internacional de commodities.

A relação de preços soja/milho é um componente determinante na decisão do próximo plantio. Em 2022 era necessário, aproximadamente, duas sacas de milho para adquirir uma saca de soja (relação 2:1), situação favorável ao milho. Em julho de 2023 esta relação ultraou 2,3 sacas de milho para uma de soja (relação 2,3:1), o que favorece a oleaginosa.

Um fator adicional que está sendo considerado pelos produtores é a ocorrência de “cigarrinha” e doenças associadas em lavouras de milho, que afetou a produção nas safras anteriores. Em função desses fatores, o produtor está reticente em manter a mesma área de produção do cereal para a próxima safra. A estimativa inicial para a safra de verão 2023/2024 foi levantada pela Epagri e divulgada no dia 14 de setembro.

Nos últimos três anos, a área cultivada de milho grão se estabilizou em torno de 320 mil hectares. Problemas climáticos nas últimas duas safras reduziram a produção no Estado. Em 2023 houve uma recuperação da produção para 2,7 milhões de toneladas. Contudo, os preços tiveram uma forte redução desde o início do ano, superior a 30%, em função da conjuntura da safra recorde no Brasil e  do mercado externo.

Contudo, apesar de os preços estarem baixos no momento, existem fatores favoráveis a médio prazo no mercado para o milho:

–  Aumento significativo do consumo do cereal no Brasil para produção de etanol;

– Exportações em elevação: o Brasil deverá se tornar o maior exportador mundial do produto em 2023;

– A guerra entre Rússia e Ucrânia tem causado turbulência no mercado internacional;

– A safra dos Estados Unidos ainda não está definida, as condições climáticas devem nortear o mercado no segundo semestre.

Esses são apenas alguns dos principais fatores que afetam o mercado do milho no momento. O mercado é complexo e dinâmico, é afetado por uma série de questões que podem variar ao longo do tempo.

Safra 2023/2024

A expectativa, na região Sul, é de que a área de milho “encolha” entre 10% a 20% nas áreas maiores. Nas pequenas propriedades os números devem se manter. Em Santa Catarina, os dados iniciais da safra apontam uma retração de 4,1%, que poderá se elevar nas próximas atualizações. Os fatores que influem para isso: custo maior da lavoura de milho se comparado com a soja e preços soja/milho atuais, favorável à soja. Além disso, a incidência de cigarrinha e seu controle preocupam produtores. Contudo, a produção deverá cair pouco, em função da expectativa de elevação da produtividade (Gráfico 1).

(Fonte: Epagri/Cepa)

 

(Com Epagri – Por Haroldo Tavares Elias, analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa; engenheiro-agrônomo e doutor em Agronomia)

 

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo s1k6

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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