Boletim Climático 7222v

Itaipu pede que desabrigados pelas enchentes não voltem para casa 102a42

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Créditos: Vídeo Up / Itaipu Binacional

 

O prognóstico de chuvas intensas para esta quinta-feira (2) se confirmou, conforme a previsão da Comissão Especial de Cheias (CEC) da Itaipu, que monitora dia e noite a vazão e chuva dos rios Iguaçu e Paraná. São 55 pontos de medição ao longo das duas bacias. Para esta sexta-feira (3), mantém-se o alerta de mais chuvas nas áreas atingidas pelos dois rios. Entre esta quinta-feira e sexta-feira, a previsão é de cerca de 150 milímetros de precipitação acumulada.

Com esse cenário, a Itaipu reforça o pedido para que as famílias atingidas pelas inundações só retornem para casa quando a situação se normalizar. A comissão está analisando informações recebidas aos centros de previsão meteorológicas e das estações de medição, elaborando a melhor estratégia para a operação da usina e prestado apoio às famílias atingidas, atuando dessa forma, para reduzir os impactos causados pelas enchentes na população ribeirinha, sem deixar de garantir a segurança da barragem e fornecer energia elétrica para o Brasil e Paraguai.

Com as novas precipitações, a cota do rio Paraná na região da Ponte da Amizade, que liga o Brasil ao Paraguai, está em 116,28 metros. No pico das cheias dos últimos dias, principalmente por causa da cheia do Rio Iguaçu que represou o Rio Paraná, esse valor chegou a 119,11 metros na noite de segunda-feira (30). A cota média do Rio Paraná, naquele ponto, vai até 101,66 metros. Entre 105,60m a 107,99m, começa o índice próximo a enchentes, mas sem impactos.

Assessoria Itaipu
Créditos: Vídeo Up / Itaipu Binacional

A partir das cotas 108 começam ser atingidas as primeiras residências e outras estruturas. Inundações moderadas ocorrem entre 118,80m e 128,99m. Já as mais severas só acontecem a partir da cota 129m, 20 metros acima do normal. A cota máxima já registrada na Ponte da Amizade foi em 31 de maio de 1992, quando chegou a 127 metros.

Contenção
Mobilizada desde sábado (28), a CEC acompanha a situação e adota estratégias de operação de acordo com o momento atual. A Itaipu, por exemplo, no pico da cheia do rio Iguaçu, guardou o máximo possível de água em seu reservatório, para reduzir o vertimento aos menores níveis. A usina só abriu o vertedouro na quarta-feira (1), após o recuo das vazões d Rio Iguaçu. Na segunda-feira, 30, a vazão nas Cataratas chegou a 24 milhões de metros cúbicos por segundo (m³/s), 20 vezes mais do que o normal. Nesta quinta, o volume está em 11 mil m³/s.

O vertedouro de Itapu chegou a escoar nesta quinta-feira 6 mil m³/s. A previsão é que esse valor vai diminuir gradativamente nesta sexta-feira, para 1,5 mil m³/s. A usina está operando seu reservatório na cota 219,69 metros acima do nível do mar. A cota varia entre 219 e 220,30 metros, sem prejuízos para o funcionamento da usina.

Na quarta-feira, a produção de energia ficou em torno de 11.000 megawatts-médios e a afluência de água ao reservatório é 17.800 m³/s, vazão que deve continuar nos próximos cinco dias, com tendência de redução gradativa até atingir valores próximos a 11 mil m³/s.

Famílias atingidas
No lado paraguaio, cerca de 450 moradias foram atingidas em diferentes bairros próximos à fronteira com o Brasil. O mais afetado é o San Rafael, em Ciudad del Este, com 140 casas inundadas. Algumas residências em centros urbanos também foram alagadas. Cerca de 85 pessoas foram levadas para albergues mantidos pela Itaipu e estão sendo orientadas a aguardar a situação voltar ao normal para retornar. No lado brasileiro, alguns pontos, nas imediações do antigo Espaço das Américas e o Iate Clube Cataratas, no bairro Porto Meira, foram atingidos.

A usina de Itaipu é uma hidrelétrica que funciona a fio d’água, com um reservatório pequeno proporcionalmente à sua capacidade de produção de energia elétrica. A água que chega das cerca de 50 usinas localizadas a montante do Rio Paraná é usada para a geração de energia.

A CEC é formada por profissionais brasileiros e paraguaios, de diferentes áreas da empresa.

A binacional emite boletins hidrológicos diários, que são reados aos órgãos de Defesa Civil do Brasil e do Paraguai e podem ser consultados no link: https://www.itaipu.gov.br/sites/default/files/HIDROLOGIAPY/BH.pdf

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo s1k6

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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