FRUTICULTURA 5no12

Faturamento com produção catarinense de banana cresceu mais de 30% na última safra scd

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Cálculo do faturamento leva em consideração o VBP da safra de banana 2022/2023 em comparação com o de 2021/2022 (Foto: Aires Mariga / Epagri)

Na safra 2022/2023, os bananicultores catarinenses colheram cerca de 703,3 mil toneladas de banana em uma área de 27,7 mil hectares. Conforme dados do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), o preço médio recebido pelos produtores ficou em R$1,58 por quilo da fruta. Com isso, o Valor Bruto da Produção (VBP) de bananas chegou a R$1,1 bilhão. Esse valor é mais de 30% superior ao registrado na safra anterior. Dados detalhados sobre o volume produzido, a produtividade e os preços pagos aos produtores podem ser consultados no site do Observatório Agro Catarinense.

Na safra 2021/2022, a quantidade e a área colhida foram maiores: cerca de 719,2 mil toneladas em 28,5 mil hectares. O faturamento, no entanto, ficou em R$845 milhões, pois o preço médio pago ao produtor foi de aproximadamente R$1,25. A produtividade nas duas safras mencionadas variou entre 25,2 mil e 25,3 mil quilos por hectare. Portanto, a redução no volume produzido foi motivada, principalmente, pela diminuição da área colhida.

Conforme o analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, Rogério Goulart Junior, essa redução no volume é um dos fatores que explica o aumento do preço recebido pelos bananicultores. A menor oferta de bananas tende a puxar os preços para cima. “Outro aspecto é que houve um aumento do custo de produção, o que fez o preço da fruta subir”, explica. Esses dois fatores justificam o crescimento no VBP, indicador gerado a partir da quantidade produzida e do preço médio recebido pelos produtores.

A estimativa atual da Epagri/Cepa para a safra 2023/2024, que iniciou em julho, é de que sejam colhidas 654,6 mil toneladas da fruta, uma redução de 6,9% na produção em relação à safra anterior. Isso se deve, especialmente, a uma perspectiva de queda na produtividade, que deve chegar a uma média estadual de 23,6 mil quilos por hectare. Goulart explica que fortes ventos e chuvas, como os registrados nos últimos meses, danificam as plantas nos bananais. Além disso, as condições atmosféricas com umidade e temperaturas elevadas e grande amplitude térmica favorecem problemas fitossanitários que resultam em perda de qualidade da fruta.

Maior exportador nacional 165h55

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que Santa Catarina é o quarto maior produtor nacional de banana, atrás da Bahia, São Paulo e Minas Gerais. O Estado é responsável por mais de 10% de toda a produção nacional e, em 2022, ficou no topo do ranking dos estados exportadores de banana.

Reconhecida como a mais doce do Brasil, a Banana da Região de Corupá detém a Indicação Geográfica na modalidade Denominação de Origem (Foto: Aires Mariga / Epagri)

Cerca de 57,2% do volume total exportado pelo Brasil é proveniente de Santa Catarina. No ano ado, os bananicultores do Estado destinaram 47,7 mil toneladas ao comércio internacional, com valor negociado de US$ 20,6 milhões. Segundo Goulart, entre 2021 e 2022, houve um crescimento significativo da quantidade exportada e do valor negociado, respectivamente de 16,3% e 43,9%. Os principais destinos da fruta são os países do Mercosul, especialmente a Argentina (41,7%) e o Uruguai (39,3%).

Mesmo assim, os dados levantados pela Epagri/Cepa indicam que apenas 8% da produção estadual é destinada ao mercado externo. Outros 8% da produção catarinense são comercializados nas centrais de abastecimento do país, principalmente da região Sudeste. O restante da produção é comercializado em redes de atacado e varejo em todo país.

Perfil dos produtores 6m2v6u

Conforme dados do projeto de pesquisa “Estudo e Levantamento da fruticultura de clima subtropical”, coordenado por Goulart, Santa Catarina conta com 3.857 bananicultores com produção comercial de duas variedades: banana-caturra e banana-prata. De acordo com o pesquisador, a produção estadual provém, em grande parte, de pequenas propriedades familiares, com os produtores organizados em associações e cooperativas.

Santa Catarina conta com 3.857 bananicultores (Foto: Aires Mariga / Epagri)

As principais microrregiões que contam com produção comercial de banana são o Norte Catarinense, com 53,2% da produção estadual, o Vale do Itajaí, com 35,2%, e o Sul Catarinense, com 11,6%. As maiores áreas plantadas estão nos municípios de Corupá (23,9%), Luiz Alves (20,0%), Jacinto Machado (14,9%), Jaraguá do Sul (9,4%) e Massaranduba (9,4%), que juntos representam 77,6% da área em produção no Estado.

A banana produzida nos municípios de Schroeder, Corupá, Jaraguá do Sul e São Bento do Sul é reconhecida como a mais doce do Brasil. Graças a essa e outras características, a Banana da Região de Corupá detém a Indicação Geográfica (IG) na modalidade Denominação de Origem. O sabor se deve à combinação de clima, relevo e temperatura. Também está em avaliação IG para a Região da Banana de Luiz Alves, tendo em vista as características únicas de produção e comercialização da fruta.

(Por Marcionize Elis Bavaresco – Observatório Agro Catarinense)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo s1k6

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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