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Porto Alegre tem noite de pavor com temporal violento e destrutivo 5o5ey

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Foto: Reprodução/EPTC

“Nunca tinha visto nada igual”. Essa foi a reação de muitas pessoas em Porto Alegre diante do temporal violento que se abateu sobre a capital gaúcha por volta das 22h da terça-feira. Foi uma das tempestades mais fortes que atingiu a cidade na história recente com chuva excessiva em curto período, granizo e um intenso vendaval. O Aeroporto Salgado Filho registrou vento de 89 km/h, mesma velocidade observada no Jardim Botânico. Estações particulares de clubes náuticos no Sul da capital anotaram quase 120 km/h. Canoas, na base aérea, teve vento de 107 km/h.

Velocidades de vento medidas no aeroporto ou na base em Canoas são por anemômetros em campo aberto. Dentro da cidade, por relevo e/ou construções, o vento acelera e sopra mais forte, sobretudo em andares altos de prédios. Assim, por certo, rajadas tão fortes quanto 110 km/h a 130 km/h ocorreram. A chuva, que veio acompanhada de muitos raios e granizo em diversos bairros, foi extrema como o vento em Porto Alegre.

Somente em uma hora, durante o temporal, a chuva que foi torrencial acumulou 60 mm a 70 mm em diferentes pontos da cidade. Ou seja, em apenas 60 minutos choveu a metade da média histórica de precipitação de janeiro inteiro na cidade que é de 120,7 mm. A severidade do temporal em Porto Alegre foi uma das maiores da história recente da capital, com semelhanças com os episódios de tempo severo de outubro de 2015 e janeiro de 2016, anos de forte El Niño como agora. O mais recordado dos temporais violentos em Porto Alegre é o de janeiro de 2016. As rajadas foram maiores em cell velocidade, mas a área da cidade atingida por vento destrutivo foi menor, com o pior concentrado nos bairros Menino Deus e Praia de Belas. No temporal de agora, o vento atingiu com grande força áreas que escaparam do pior em 2016, como áreas mais ao Sul e o Norte da cidade.

O que causou temporal tão violento em Porto Alegre?

Por três dias, a MetSul Meteorologia alertava para um cenário meteorológico complexo e pouco comum no verão que poderia trazer condições perigosas de tempo severo. Um área de baixa pressão em níveis médios e altos da atmosfera (“baixa fria”) avançou durante a terça do Chile para o Oeste e o Centro da Argentina, rumando depois para o Uruguai. Ao mesmo tempo, uma intensa corrente de vento avançava pelo Norte da Argentina até o Uruguai e o Rio Grande do Sul com ar muito quente que forneceu energia para instabilizar a atmosfera acentuadamente ao encontrar a “baixa fria”, gerando chuva intensa a excessiva com temporais fortes a severos de vento e granizo.

Uma linha de instabilidade, também conhecida nos Estados Unidos como sistema convectivo quase-linear (QLCS), avançou do Oeste e do Sul do estado com chuva intensa, granizo e vendavais. A linha, ao alcançar Porto Alegre, desenvolveu uma célula de tempestade ainda mais forte, gerando o temporal violento na capital, mas que não atingiu toda a área metropolitana com a mesma severidade.

(Por MetSul)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo s1k6

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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