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Empresa alavanca tecnologia para a produção de proteína alternativa 645h3v

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Foto: Typcal

Uma proteína com sabor muito semelhante ao da carne animal, mas mais nutritiva, saudável e produzida através da fermentação da raiz dos cogumelos. Isso é o micélio, uma proteína de fungos que pode ser usada para snacks e até sorvete. Ela é a base de produção da empresa Typcal, que integra o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) Proteínas Alternativas, iniciativa da Fundação Araucária, do Governo do Paraná, que reúne pesquisadores ao redor de um tema.

Embora sejam mais populares entre os consumidores vegetarianos e veganos, diante da crescente preocupação com o desenvolvimento sustentável, saúde humana e bem-estar animal, os estudos e o mercado de proteínas alternativas à carne ganham cada vez mais evidência. No Paraná, o Napi Proteínas Alternativas tem contribuído para entender os benefícios potenciais do setor, colaborando para o desenvolvimento de produtos que incorporem a identidade e marca do Paraná, a fim de reforçar o protagonismo do Estado nas diferentes frentes da indústria.

Criada em 2019, a empresa tem sede em São Paulo e uma fábrica em Curitiba. O cofundador e CEO, Paulo Unger Ibri, explica que a Typcal trabalha para a produção de alimentos mais saudáveis a partir de proteínas alternativas. “A estrutura dos fungos é muito mais próxima de uma proteína animal do que de uma proteína vegetal. Com esta proteína podemos desenvolver diferentes produtos e não apenas substitutos de carne animal”, explica. “Esse processo de biotecnologia que nós desenvolvemos é completamente inovador e pioneiro na América Latina”.

“Como esta tecnologia é super escalável, rápida e totalmente indoor, ou seja, não precisamos de terra, água ou sol como as outras proteínas de mercado, a nossa expectativa é de que em até cinco anos o preço destas proteínas seja até mais barato do que uma proteína animal”, enfatiza.

Além se empresas, pesquisadores de universidades e institutos de pesquisa também integram a rede, como destaca a articuladora do Napi e pesquisadora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Carla Forte Molento. “A presença das empresas dentro do Napi, como é o caso da Typcal, faz com que as inovações das pesquisas sejam imediatamente transferidas para as empresas e as demandas das empresas sejam respondidas pelas pesquisas”, ressalta.

A importância desta nova indústria e do Napi Proteínas Alternativas fica evidente considerando as previsões. De acordo com alguns estudos acadêmicos, em torno de 60% do mercado global de carnes pode ser suprido por carnes vegetais e celulares em 2040. Atualmente a produção da empresa ocorre em escala-piloto já em testes com a grande indústria. A previsão é que o produto esteja disponível para o mercado ainda em 2024.

APOIO

Além do Napi, a Typcal participou de outro processo envolvendo a Fundação Araucária. Os avanços só foram possíveis com o apoio recebido no Programa Centelha, que tem como objetivo estimular o empreendedorismo por meio de capacitações para o desenvolvimento de bens, serviços e processos inovadores. Ele estimula a criação de empreendimentos inovadores e dissemina a cultura empreendedora no Brasil. A iniciativa conta com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Governo do Paraná.

“Conseguimos acelerar nossas pesquisas e desenvolvimento de produtos utilizando o recurso do Centelha, elaborando processos e, com isso, chegando a um produto que já está pronto para ser lançado no mercado”, salienta Ibri.

A primeira chamada pública aconteceu em 2020 e uma nova deve ser lançada nos próximos meses. “O Centelha é uma excelente oportunidade de estimular o empreendedorismo inovador e apoiar a geração de empresas de base tecnológicas a partir da transformação de ideias inovadoras em empreendimentos que incorporem novas tecnologias aos setores econômicos estratégicos do Estado”, afirma o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária, Luiz Márcio Spinosa.

(Por AEN)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo s1k6

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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