AGRICULTURA 202h3b

Município do Paraná vai controlar plantio de milho na área urbana n4n3r

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Proibir o cultivo de milho no perímetro urbano. A primeira vista, a notícia parece mirabolante. O Projeto de Lei tem atraído olhares dos produtores rurais de todo o País. A proposta foi apresentada na Câmara de Vereadores de Marechal Cândido Rondon, no  Oeste do Paraná.

O motivo que levou o vereador Rafael Heinrich a elaborar a lei foi o receio de uma epidemia de cigarrinha do milho. A cultura ocupa a segunda maior área de produção no município, alcançando 33,2% da área total, com produção aproximada de 140 mil toneladas em 2022. Isso representa uma produção de R$ 119,8 milhões, ou 26,8% da riqueza gerada pela produção agrícola no município.

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O texto prevê proibição do cultivo na área urbana de 15 de julho a 15 de setembro para combater a praga. O projeto prevê advertência e multa para aqueles que descumprirem a regra, caso a lei seja aprovada. O texto ainda diz que a fiscalização poderá ser feita pela istração municipal ou mediante convênio entre a Prefeitura com órgãos de controle dos governos federal e estadual.

E qual seria a efetividade? A estratégia é uma medida sanitária que visa para combater a população de cigarrinhas-do-milho e reduzir a ocorrência de enfezamentos no cultivo comercial de milho.

Desde 2019 os agricultores da região enfrentam perdas de produção devido à doenças causadas pelo inseto. A cigarrinha se alimenta das plantas vivas de milho.

EIO NA CIDADE

E a cigarrinha, que não é boba, nem nada, sabe muito bem como sobreviver aos dias em que a fartura dá trégua. O comportamento foi objeto de estudo do professor da Unioeste, doutorado em Fitopatologia, Odair José Kuhn. A pesquisa apurou que ao final do ciclo da safrinha, com o secamento das plantas e a colheita que se acentua no mês de junho e início de julho, a elevada população de cigarrinha não consegue mais se reproduzir por falta de plantas de milho, ando a se abrigar em outras gramíneas, ou migrando para as áreas urbanas, sendo atraídas pelas luzes no período noturno. Esse fato é notório nas residências à noite pela grande quantidade de insetos ao redor das lâmpadas.

O ambiente urbano, com o cultivo constante de milho o ano todo com o objetivo de produzir milho verde, tem sido um refúgio para renovação da população de cigarrinhas. Embora sejam poucas plantas, funcionam como uma ponte eficiente para a ocorrência dos enfezamentos no cultivo de verão.

Dessa forma, a eliminação de plantas vivas de milho nas áreas urbanas entre 15 de julho e 15 de setembro, pode favorecer a redução da ocorrência de enfezamentos na safrinha do ano seguinte.

Ainda não é lei. A votação acontece em agosto. Se for sancionada, a iniciativa de Marechal Cândido Rondon pode virar referência.

(Da Redação, com informações Câmara de Vereadores de MCR)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo s1k6

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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