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Boletim Agropecuário aponta boas condições das lavouras de inverno 6h734v

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

A produtividade média estadual do trigo deve ter um incremento de 59,3% na safra 2024/2025 (Foto: Aires Mariga)

Os resultados da safra de inverno 2024/2025 devem apontar uma recuperação significativa da produtividade das lavouras de trigo, alho e cebola, na comparação com a safra anterior. Conforme o monitoramento do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa), a produtividade média estadual do trigo deve ter um incremento de 59,3%, a de alho 44,43% e a de cebola 39,82%. Os dados foram divulgados no Boletim Agropecuário de setembro, que pode ser ado no site do Observatório Agro Catarinense, da Epagri e da Secretaria de Agricultura e Pecuária (SAR).

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A produção de trigo, alho e cebola na safra 2023/2024 foi prejudicada pelas condições climáticas, especialmente o excesso de chuva registrado em Santa Catarina nos meses de setembro e outubro. Com isso, houve uma redução significativa da produtividade, situação que pode ser revertida na safra atual em virtude das previsões climáticas favoráveis.

Boletim Agropecuário é uma publicação mensal da Epagri/Cepa que apresenta os dados atualizados do acompanhamento das safras e do mercado dos principais produtos agropecuários catarinenses. Confira mais detalhes:

Trigo 2d5p51

Em agosto, o preço médio mensal recebido pelos produtores catarinenses pela saca de trigo teve redução de 0,91% em relação ao praticado em julho. Na comparação da variação anual do preço, em termos reais, foi registrada uma pequena redução de 4,92%. Em todo o Estado, até a última semana de agosto, cerca de 80% da área destinada ao plantio de trigo encontrava-se em fase de desenvolvimento vegetativo e 20% já havia alcançado a fase de florescimento. Com relação à condição das lavouras, em 95% das áreas avaliadas a condição é boa, em 3% a condição é média e em 2% a condição é ruim.

A estimativa atualizada da área plantada é de 121 mil hectares, redução de 11,8% em relação à safra ada. A produtividade média estadual está estimada em 3.563 quilos por hectare, um aumento de 59,3%. Com isso, a produção estadual deverá crescer 40,7%, chegando a 432 mil de toneladas, segundo melhor resultado da série histórica acompanhado no Observatório Agro Catarinense.

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A produtividade média estadual do alho deve crescer 44,43% (Foto: Nilson Teixeira)

As cotações do alho, no atacado, permaneceram estáveis em agosto, com pequenas oscilações. Nas principais centrais de abastecimento do país, o preço médio mensal foi de R$23,40 por quilo, para os alhos das categorias 4 e 5, e R$27,50 por quilo para as classes 6 e 7. O preço médio pago aos produtores no mês de agosto, em Santa Catarina, foi de 14,00/kg, para os alhos classes 4 e 5, e R$15,00/kg para os alhos das classes 6 e 7. A safra catarinense de alho 2024/2025 foi toda implantada. Do total da área plantada, 97% das lavouras se encontram na fase de desenvolvimento vegetativo e 3% em bulbificação. De maneira geral, a condição das lavouras é considerada boa.

Cebola 2w6n1o

No mês de agosto, as cotações da cebola tiveram redução ocasionada pela maior oferta interna, especialmente com a hortaliça fornecida pelo Nordeste e a finalização da safra do Cerrado. Nas principais centrais de abastecimento do país, o preço médio mensal ficou em R$99,25 a saca de 20kg. No início de setembro esse preço teve mais uma redução e chegou a R$85,00. O preço médio da cebola, pago ao produtor catarinense em agosto, foi de R$36,00 a saca de 20Kg, o que significa uma redução de 40% em relação ao preço médio registrado no mês de julho. A safra catarinense foi toda implantada e se encontra na fase de desenvolvimento vegetativo, com 94 % das lavouras em boas condições.

Banana 3h1b47

O mercado de bananas em Santa Catarina durante julho e agosto de 2024 foi caracterizado pela valorização de preços com redução na oferta devido a fatores climáticos e fitossanitários. No Litoral Norte catarinense, houve redução na oferta de banana-caturra entre julho e agosto devido ao menor desenvolvimento dos cachos pelas condições climáticas, o que levou à valorização nas cotações. A perspectiva é que as cotações sejam afetadas em setembro, com frutas de menor calibre devido ao frio intenso e à falta de chuva no período de desenvolvimento dos cachos nos bananais da região.

Em setembro a expectativa é de valorização nos preços regionais da banana com o aumento da demanda e melhoria na qualidade dos frutos (Foto: Aires Mariga / Epagri)

No Litoral Sul catarinense, a banana-prata apresentou valorização nas cotações entre julho e agosto. As chuvas foram esparsas, mas importantes para o desenvolvimento dos cachos nos bananais, com as temperaturas oscilando ao longo das semanas. Em setembro, a expectativa é de valorização nos preços regionais com o aumento da demanda e melhoria na qualidade dos frutos. No comparativo da safra 2024/2025 com a anterior, a estimativa é de crescimento de 16,8% na produção catarinense de banana, com aumento de 13,8% na produtividade média.

Arroz 2r6730

Os preços do arroz em casca subiram desde abril de 2024, com pico em junho, devido à escassez de oferta interna no período de entressafra e a alta do dólar, que motivou exportações e gera expectativa de aumento nas cotações. No entanto, para a safra 2024/2025, a recuperação da área plantada no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina pode aumentar a oferta interna e reduzir os preços. Mesmo com a alta do dólar, as exportações caíram 73% entre janeiro e agosto de 2024, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já as importações cresceram 54,34%, com Uruguai, Tailândia, Paraguai e Itália como principais parceiros.

Feijão 6z5un

No mês de agosto, os preços recebidos pelos produtores catarinenses de feijão-carioca tiveram uma redução de 5,58% em comparação ao mês anterior. Já para o feijão-preto, o preço médio recebido pelos produtores teve um modesto crescimento de 0,58%. Na comparação dos preços médios mensais de agosto com os praticados nos primeiros 10 dias de setembro, houve uma elevação de 22% nos preços do feijão-preto e de 11% nos preços do feijão-carioca.

A estimativa inicial para a safra catarinense 2024/25 de feijão (1ª safra) é de um crescimento de 3,56% na área plantada, na comparação com a safra anterior. A produtividade média esperada também deverá crescer, chegando a 1.924 quilos por hectare, crescimento de 11,34%. Com isso, é esperado um aumento de 15,31% na produção, que deve chegar a aproximadamente 55,5 mil toneladas. Atualmente, o feijão está em período inicial de semeadura no Estado.

Milho 2p3l6n

Na comparação com o mês de julho, os preços médios estaduais recebidos pelos produtores catarinenses em agosto tiveram um movimento de elevação nas cotações. A alta foi de 2,4%. Na comparação do preço médio de agosto com o praticado nos 10 primeiros dias de setembro, a tendência altista se manteve, com uma variação de 0,4%.

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A produtividade média esperada para o milho deverá crescer em torno de 23,93% e chegar a 8.460 quilos por hectare (Foto: Aires Mariga/Epagri))

Para a safra 2024/25 de milho (1ª safra), a Epagri/Cepa estima uma redução de 9,32% na área plantada. A produtividade média esperada, entretanto, deverá crescer em torno de 23,93% e chegar a 8.460 quilos por hectare. Assim, é esperado um aumento de 12,28% na produção total catarinense, que deve chegar a 2,3 milhões de toneladas de milho.

Soja 2wr23

No mês de agosto, os preços da soja no mercado catarinense voltaram a cair. Na comparação com o mês de julho, o preço médio estadual recebido pelos produtores teve uma variação negativa de 3,13%, o que fez com que a média mensal de agosto fechasse em R$121,83 a saca de 60 quilos. Nos primeiros 10 dias de setembro, é possível perceber um movimento altista de 2,63% na comparação com o preço médio de agosto.

A safra catarinense de soja 2024/25 começa a ser plantada no próximo mês e, segundo as estimativas da Epagri/Cepa, a área cultivada deverá crescer 1,78% na comparação com a safra anterior. Para a produtividade média, a expectativa é de um incremento de 10,80%, ou seja, 3.820 quilos por hectare. Com isso, a expectativa é que o Estado tenha um aumento de 12,77% na produção total, que deve chegar a cerca de 2,9 milhões de toneladas de soja (1ª safra).

Bovinos 3826x

Nas primeiras semanas de setembro, o preço médio estadual da arroba do boi gordo apresentou alta de 1,3% em relação ao valor registrado no mês anterior. Por outro lado, quando se leva em consideração o valor recebido pelos produtores em setembro de 2023, registra-se queda de 1,1% (valor real, corrigido pelo IGP-DI). Os preços de atacado da carne bovina, por sua vez, apresentaram queda de 0,7% em relação ao mês anterior, mantendo a tendência predominante desde o início de 2023. Na comparação com setembro de 2023, verifica-se queda de 4,9% no período (valor corrigido).

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Santa Catarina exportou 69,9 mil toneladas de carne de frango (in natura e industrializada) em agosto, quedas de 32,3% em relação aos embarques do mês anterior e de 28,8% na comparação com os de agosto de 2023. As receitas foram de US$141 milhões, quedas de 31,5% em relação às do mês anterior e de 31,9% na comparação com as de agosto de 2023.

(Foto: Divulgação/Epagri)

No acumulado de janeiro a agosto, Santa Catarina exportou 736,4 mil toneladas, com receitas de US$1,42 bilhão, alta de 0,5% em quantidade, mas queda de 10,5% em receitas na comparação com os valores acumulados nos oito primeiros meses do ano ado. O Estado foi responsável por 23,5% das receitas geradas pelas exportações brasileiras de carne de frango no período de janeiro a agosto de 2024.

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Santa Catarina exportou 61,9 mil toneladas de carne suína (in natura, industrializada e miúdos) em agosto, quedas de 15% em relação ao montante do mês anterior e de 0,6% na comparação com os embarques de agosto de 2023. As receitas foram de US$150,3 milhões, queda de 14,1% na comparação com as do mês anterior, mas alta de 2,4% em relação às de agosto de 2023.

Em termos de receitas, esse é o segundo melhor resultado mensal de toda a série histórica, atrás apenas das registradas em julho de 2024. No acumulado de janeiro a agosto, o Estado exportou 466 mil toneladas de carne suína, com receitas de US$1,07 bilhão, alta de 6,9% em quantidade, mas queda de 0,4% em receitas na comparação com o mesmo período de 2023. Santa Catarina respondeu por 57,6% das receitas e por 55,7% do volume de carne suína exportada pelo Brasil neste ano.

Leite z44c

No primeiro semestre de 2024, as indústrias brasileiras inspecionadas adquiriram 12,049 bilhões de litros de leite cru, 2,1% a mais do que a quantidade adquirida no primeiro semestre de 2023. Entre os seis principais estados produtores, houve decréscimo no volume adquirido no Rio Grande do Sul e em São Paulo e aumento em Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Goiás. Essa heterogeneidade de comportamento entre os principais estados produtores não é recente: no período 2014 a 2023, por exemplo, apenas Santa Catarina e Paraná tiveram aumento na quantidade adquirida.

O preço médio pago aos produtores catarinenses (ao se levar em consideração as principais regiões produtoras) caiu 13 centavos de julho para agosto. Já na comparação de setembro com agosto, houve acréscimo de oito centavos, ou seja, ficou em R$2,66 por litro. Com o desempenho da produção nacional aquém do esperado e condições climáticas adversas em grande parte do país, a tendência é de novo aumento nos valores em outubro.

Leia aqui a íntegra do Boletim no Observatório.

(Com Epagri)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo s1k6

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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