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Brasil pode liderar adaptação à União Europeia, mas outros países podem enfrentar exclusão 3t3v6n

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

imagem: reprodução/souagro.diariodoriogrande.com

A implementação da Lei Anti-Desmatamento da União Europeia (EUDR) vem gerando preocupação, não apenas entre os países que exportam produtos agrícolas, mas também dentro da própria Europa.

Especialistas e líderes do agronegócio afirmam que o pedido de adiamento da lei, proposto por nações europeias, reflete o temor quanto aos impactos sociais e econômicos da medida, especialmente para países em desenvolvimento, como os africanos.

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A principal preocupação está relacionada à exclusão de mercados e ao aumento dos problemas de imigração, devido ao efeito devastador que a lei pode ter sobre a economia desses países.

Segundo lideranças do setor, muitas nações africanas e asiáticas não possuem os recursos ou infraestrutura necessários para cumprir com as exigências da EUDR. Além disso, há restrições em certos países, como a Indonésia, onde questões de segurança nacional impedem o envio de geolocalizações — uma das exigências para exportar produtos sob a nova regulamentação. Especialistas afirmam que essa falta de capacidade de adaptação pode resultar em graves consequências sociais e econômicas, especialmente para pequenos produtores.

Por outro lado, o Brasil, com seu Código Florestal e o Cadastro Ambiental Rural (CAR), encontra-se em posição mais favorável para atender às exigências da EUDR.

No entanto, líderes do setor ressaltam que o processo para implementar essas medidas no Brasil levou décadas, o que torna difícil para outros países menos desenvolvidos adequar-se em curto prazo. A transição para cumprir a legislação europeia é vista como um processo longo e complexo, exigindo mobilização governamental e recursos que muitos países simplesmente não possuem.

Além das dificuldades operacionais, o custo burocrático da EUDR também é um fator de preocupação. A nova legislação exige uma série de comprovações e documentação, o que implica em custos elevados. Esse fardo é sentido de forma mais intensa por pequenos e médios produtores e por países menos desenvolvidos, que têm menos capacidade de arcar com os processos exigidos.

Dentro da Europa, especialistas alertam para o risco de a EUDR aumentar o custo dos alimentos e gerar inflação, uma vez que a União Europeia depende da importação de muitos produtos agrícolas de países de fora do bloco. A lei pode impactar o fluxo de comércio e encarecer produtos essenciais como café e soja, afetando tanto consumidores quanto indústrias.

Com tantas incertezas e desafios, o adiamento da implementação da EUDR tem sido visto como uma medida necessária para que países em diferentes estágios de desenvolvimento possam se preparar melhor e evitar consequências negativas tanto para suas economias quanto para a segurança alimentar global.

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo s1k6

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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