AGRICULTURA 202h3b

Esporos de ferrugem-asiática são identificados no Oeste do PR 21462

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Foto: IDR-PR

É da regional de Toledo o primeiro caso de esporos de ferrugem-asiática identificado na safra 25/25 pelo Alerta Ferrugem, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR). Essa é a 9ª safra com a instalação da rede e a divulgação de resultados.

ferrugem-asiática
Foto: IDR~PR
Até agora o caso de Palotina é o único no Paraná. Não se trata da doença nas plantas, mas dos esporos que podem germinar e infectar a lavoura, caso haja ambiente favorável.

O Paraná tem um dos melhores sistemas de monitoramento da ferrugem-asiática da soja do país, o Alerta Ferrugem. Produtores, extensionistas, pesquisadores e estudantes se mobilizam, anualmente, em torno dos coletores de esporos do fungo causador da doença espalhados pelo estado. Os equipamentos detectam o momento exato da chegada dos primeiros esporos da ferrugem nas lavouras, auxiliando a definir o melhor momento para fazer o uso de fungicidas. Nas últimas safras os produtores que seguiram as orientações do Alerta Ferrugem conseguiram reduzir o número de aplicações de fungicida nas lavouras, em 35%, na média. Isso significa que eles tiveram uma diminuição dos custos de produção e mitigaram os danos para o meio ambiente. Neste ano já foram instalados 85 coletores de esporos no estado, mas esse número deve chegar a 200 equipamentos nos próximos meses.

Edivan José Possamai, coordenador estadual do programa Grãos Sustentáveis do IDR-Paraná, observou que a cada ano o comportamento da ferrugem-asiática é diferente, dependendo das condições climáticas. Por isso, é tão importante fazer o monitoramento e acompanhamento da chegada dos esporos da doença nas lavouras. Ele explicou que semanalmente, os extensionistas, ou parceiros, fazem a leitura das lâminas dos coletores instalados em propriedades de produtores parceiros. A partir daí é possível identificar o momento de chegada dos primeiros esporos na lavoura, município ou região, e saber se é o momento certo de fazer a aplicação do fungicida. “Isso evita que o fungicida seja aplicado quando a doença ainda não se instalou nas lavouras, eliminando o desperdício. Ou aplicar tardiamente, quando podem ocorrer perdas de produtividade”, destacou Possamai.

Em anos sob influência do La Niña, mais secos, a ferrugem-asiática tende a entrar mais tarde nas lavouras e com menor agressividade. No ano ado os primeiros esporos apareceram no dia 30 de outubro. “Há esse indicativo para este ano, mas é preciso fazer o acompanhamento”, destacou Possamai. Para tanto, o Alerta Ferrugem é uma ferramenta importante que é implementada em parceria com a Embrapa-Soja, Sistema Faep/Senar-PR, dentre outros parceiros. As informações são divulgadas no site do IDR-Paraná (idrparana.pr.gov.br), na aba Alerta Ferrugem, com atualizações semanais. Os extensionistas também multiplicam a informação por meio dos grupos de whatsapp, orientando sobre o momento ideal para o produtor fazer o controle e os produtos de maior eficiência contra a doença.

IA IDENTIFICA ESPOROS

Nos últimos anos, o IDR-Paraná estabeleceu uma parceria com a UTFPR, Campus de Cornélio Procópio, para usar IA (Inteligência Artificial) para automação na identificação dos esporos e nesta safra a tecnologia vai validar a tecnologia no campo. Atualmente, as lâminas coletadas no campo são avaliadas por profissionais capacitados na identificação visual dos esporos, o que onera o processo.

Com o uso de IA, as lâminas arão a ser analisadas por um software. “Isso possibilita aumentar o número de coletores no estado e melhorar as condições de identificação dos esporos que causam a ferrugem-asiática. Com o tempo poderemos identificar também os esporos de outras doenças de plantas, ao mesmo tempo que analisamos os esporos da ferrugem”, ressaltou Possamai.

Esse trabalho está sendo feito em conjunto com o CIA-Agro (Centro de Inteligência Artificial no Agro) uma proposta do governo de estado, dentro dos Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPI) do Estado do Paraná.

O Centro tem por objetivo ser um agente transformador de desenvolvimento social e técnico com o uso da Inteligência Artificial aplicada na área agropecuária. O CIA-AGRO quer preparar o estado para a transformação digital em termos da Inteligência Artificial no âmbito do agronegócio, uma das principais forças do estado.

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo s1k6

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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