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As nozes e castanhas que o Brasil mais importa para a ceia de Natal 36373n

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Salez_Getty Nozes e castanhas estão no Natal e vão além nas demandas de mercado

Elas, as nozes e castanhas, não fazem parte do prato do brasileiro, não faz parte de sua cultura alimentar. Mas, no período natalino, am a compor as listas de compras, significativamente. A demanda impulsiona as importações desses produtos. As principais castanhas importadas pelo país são avelãs, nozes, amêndoas e pistaches, provenientes de diversos países.

O Brasil é competitivo na produção de castanhas específicas, como a castanha-do-pará (castanha-do-brasil) e a castanha-de-caju, exportadas mundialmente. As importações ocorrem porque o país não tem forte vocação para o cultivo de algumas nozes e castanhas tradicionais por causa de fatores climáticos, geográficos e estruturais.

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A falta de vocação se deve a  clima e solo inadequados. Por exemplo, as nozes-comuns (nogueira) e avelãs precisam de climas temperados com estações bem definidas, incluindo invernos frios para garantir a dormência das árvores e verões secos para o amadurecimento. No caso do clima, aqui predomina o tropical, com altas temperaturas e chuvas intensas, não favorecendo essas culturas, pois essas árvores são suscetíveis a doenças fúngicas e apodrecimento das raízes.

Outro fator é o custo de produção elevado. Cultivar nozes exige investimentos significativos em tecnologia, irrigação e controle fitossanitário. Países como os EUA, Espanha e Turquia dominam a produção global de nozes e têm cadeias produtivas consolidadas, tornando difícil para o Brasil competir nos mercados internacionais. O país tem direcionado seus esforços agrícolas para commodities como soja, milho, café e cana-de-açúcar, que têm mais aptidão ao clima local e mercados consolidados.

Confira os detalhes sobre as principais castanhas e nozes importadas pelo Brasil:

As Avelãs

Gettyimages / Os Estados Unidos são o principal fornecedor de amêndoas

Para serem cultivadas, as avelãs requerem invernos rigorosos e temperaturas abaixo de zero durante o ciclo de dormência, características comuns em regiões temperadas como a Europa (especialmente Turquia e Itália), principais exportadores mundiais.

As avelãs representam 43% do total de importações de castanhas pelo Brasil. A Turquia é o principal fornecedor, respondendo por 30% do mercado brasileiro de nozes, seguida pelo Chile (29%) e Estados Unidos (17%). Em milhões2023, foram importadas 8 milhões de toneladas de avelãs, por US$ 72,7 milhões. Neste ano, entre janeiro e  outubro foram 5,6 mil toneladas por US$ 48,9 milhões.

A demanda por avelãs vai além das festividades de final de ano. A indústria de alimentos utiliza largamente a castanha para confeitaria. Avelãs são amplamente utilizadas em chocolates (como na fabricação de Nutella e bombons) e em produtos como bolos, tortas, biscoitos e sorvetes. Avelãs também estão na gastronomia gourmet, em pratos sofisticados, como saladas, massas e molhos, especialmente em restaurantes que seguem tendências europeias. O óleo de avelã também é utilizada na fabricação de cosméticos por causa de suas propriedades hidratantes e antioxidantes.

As Nozes

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Turquia e o Chile são os principais fornecedores de nozes

As nozes correspondem a 14% das importações brasileiras de castanhas. A Turquia e o Chile são os principais fornecedores, responsáveis por 61% do volume importado e 70,8% do valor investido.

Em 2022, esses países forneceram 10,2 mil toneladas de nozes ao Brasil, totalizando US$ 75,2 milhões. Em 2023, a importação total de nozes foi de 5,7 mil toneladas por US$ 23,2 milhões. Neste ano, foram 4,4 mil toneladas por US$ 22,1 milhões.

As Amêndoas

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Os Estados Unidos são o principal fornecedor de amêndoas

As amêndoas representam 12% das importações de castanhas pelo Brasil. Os Estados Unidos são o principal fornecedor, com 80% de participação no mercado brasileiro em 2023, seguidos pelo Chile, com 24%. Em 2023, o Brasil importou 4,7 mil toneladas de amêndoas por US$ 20,5 milhões. Nos primeiros 10 meses de deste ano foram 3,9 mil toneladas, por US$ 18,7 milhões.

Não há amendoeiras em escala comercial no Brasil porque elas requerem clima mediterrâneo, com invernos frios e verões secos e quentes, condições encontradas em regiões como Califórnia (EUA), Espanha e Austrália, principais produtores globais.

Além das festas natalinas, as amêndoas são utilizadas na confeitaria e panificação, snacks e barras de cereal, leites e manteigas, óleos, além do uso na gastronomia gourmet.

Os Pistaches

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Os pistaches estão crescendo na preferência do brasileiro

O interesse pelo pistache cresceu significativamente, com importações de 2023 quase dobrando em relação à média dos cinco anos anteriores. Foram 601,1 toneladas. Os pistaches correspondem a cerca de 8% das importações brasileiras de castanhas. Os Estados Unidos lideram as vendas para o Brasil, com 79% de participação no mercado em 2023. A Argentina também tem se destacado como fornecedor, tornando-se o segundo maior fornecedor de pistache para o Brasil em 2023. Essas vendas atingiram US$ 1,6 milhão.

(Com Forbes)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo s1k6

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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