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Outra guerra comercial EUA-China pode derrubar preço da soja norte-americana 633c4k

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Foto: Forbes

Os preços da soja estadunidense podem cair para menos de US$ 9 por bushel, bem abaixo do custo de produção dos agricultores e o patamar mais baixo desde 2020, se as ameaças de tarifas do presidente eleito Donald Trump desencadearem outra guerra comercial com a China, disseram analistas do Rabobank.

A guerra comercial pode permitir que o Brasil domine ainda mais as importações de sementes oleaginosas pela China e forneça até o recorde de 80% das necessidades totais de importação de Pequim, disseram os analistas em relatório interno do RaboResearch que se tornou público nesta segunda-feira.

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A China é o maior comprador de soja do mundo e um mercado crucial para os agricultores dos Estados Unidos e do Brasil, que fornecem a maior parte das importações chinesas. No ano comercial de 2023-2024, cerca de 74% das importações de soja da China eram de origem brasileira.

Trump prometeu impor tarifas de 10% sobre as importações globais, juntamente com uma tarifa de 60% sobre os produtos chineses, gerando preocupações de que Pequim retaliaria com tarifas próprias sobre produtos agrícolas, como a soja. As tarifas de Trump em 2018 deram início à última guerra comercial entre os países.

“Se forem impostas tarifas adicionais, espera-se que a China retalie imediatamente, visando grãos e sementes oleaginosas, especialmente a soja”, disseram os analistas.

Outra guerra comercial entre os EUA e a China representaria um duro golpe para os agricultores norte-americanos, que viram a renda agrícola líquida cair quase 23% desde 2022, de acordo com os dados mais recentes do Departamento de Agricultura dos EUA.

Os preços de referência da soja, a maior exportação agrícola dos Estados Unidos em valor, e de outras grandes culturas, como o milho, estão oscilando perto das mínimas de quatro anos, devido à ampla oferta global, incluindo a expectativa de grandes safras no Brasil. Os futuros da soja nos EUA ficaram em torno de US$ 9,98 por bushel na segunda-feira.

Se houver uma nova guerra comercial entre as duas potências globais, os agricultores estadunidenses, que semearam 35,2 milhões de hectares (87,1 milhões de acres) da oleaginosa no ano ado, poderão reduzir o plantio em até 5 milhões de acres nesta primavera, segundo analistas.

Essa queda pode reduzir a matéria-prima doméstica necessária para os fornecedores de biocombustíveis dos Estados Unidos.

A dependência de Pequim em relação às importações dos EUA diminuiu desde o primeiro mandato de Trump, pois a China expandiu as importações do Brasil e reforçou suas reservas estatais de soja, além de ajustar as rações de alimentação do gado para depender menos da soja importada.

“Esses três fatores criam um cenário em que a soja dos EUA poderia ser completamente excluída do mercado chinês em uma possível nova guerra comercial”, disseram os analistas do Rabobank.

(Com Forbes)

 

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo s1k6

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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