Boletim Climático 7222v

La Niña ingressa no seu terceiro mês com reflexos no clima do Brasil por escassez e excesso de chuva 3c1171

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

O episódio do fenômeno La Niña ingressa no seu terceiro mês e segue impactando o clima com aumento da chuva no Nordeste do Brasil e estiagem no Rio Grande do Sul, onde o clima seco e muito quente já deixa mais de 60 municípios gaúchos em situação de emergência.

QUANTO TEMPO VAI DURAR A LA NIÑA?

O evento de La Niña que ingressa no seu terceiro mês deve prosseguir nas próximas semanas, de acordo com a análise da MetSul Meteorologia. A tendência é que episódio siga com fraca intensidade.

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Conforme a mais recente atualização mensal da NOAA, para o trimestre climatológico de fevereiro a abril, as probabilidade são de 59% de La Niña, 41% de neutro e 0% de El Niño.

Já para o trimestre climatológico de outono de 2025, que compreende os meses de março a maio, as estimativas da NOAA são 39% de La Niña, 60% de neutralidade e 1% de El Niño. Para o trimestre abril a junho de 2025, os valores informados foram 31% de La Niña, 64% de neutralidade e 5% de El Niño.

No trimestre de maio a julho, 29% de La Niña, 62% de neutralidade e 9% de El Niño. Finalmente, no trimestre de junho a agosto, o de inverno, 28% de probabilidade de La Niña, 56% de neutralidade e 16% de El Niño.

O QUE É O FENÔMENO LA NIÑA E COMO IMPACTA O BRASIL

O fenômeno La Niña tem impactos relevantes no sistema climático global, sendo caracterizado por temperaturas abaixo do normal na superfície do Oceano Pacífico equatorial central e oriental. Essa condição contrasta com o El Niño, sua contraparte quente, e faz parte do fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS), que influencia os padrões climáticos em todo o mundo.

Durante um evento La Niña, as águas do oceano Pacífico equatorial central e oriental ficam mais frias do que o normal. Isso tem efeitos significativos nos padrões de vento, precipitação e temperatura ao redor do globo.

A última vez em que a fase fria esteve presente foi entre 2020 e 2023 com um longo evento do fenômeno que trouxe sucessivas estiagens no Sul do Brasil e uma crise hídrica no Uruguai, Argentina e Paraguai. No Brasil, os efeitos variam de acordo com a região.

O Sul do país geralmente experimenta menos chuva enquanto o Norte e o Nordeste registram um aumento das precipitações. Cresce o risco de estiagem no Sul do Brasil e no Mato Grosso do Sul, embora mesmo com a La Niña possam ocorrer eventos de chuva excessiva a extrema com enchentes e inundações.

Além da chuva, o fenômeno também influencia as temperaturas em diferentes partes do mundo. No Sul do Brasil, o fenômeno favorece maior ingresso de massas de ar frio, não raro tardias no primeiro ano do evento e precoces no outono no segundo ano do episódio.

Por outro lado, com estiagens, aumenta a probabilidade de ondas de calor e marcas extremas de temperatura alta nos meses de verão no Sul. Em escala global, quando o fenômeno está presente há uma tendência de diminuição da temperatura planetária, o que nos tempos atuais significa menos aquecimento da Terra. O aquecimento do planeta, entretanto, foi tamanho recentemente que a temperatura média do planeta hoje em um evento de La Niña forte tende a ser mais alta que em um evento de forte El Niño décadas atrás.

(Com METSUL e Ronaldo Coutinho)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo s1k6

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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