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Setor de biodiesel critica adiamento da mistura B15 3z2r32

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Imagem: Pensar Agro

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) decidiu, nesta terça-feira (18.02), adiar o aumento da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel fóssil, que elevaria o percentual para 15% (B15) a partir de 1º de março de 2025. Com a decisão, a mistura permanecerá em 14% até nova deliberação do Conselho.

A medida foi aprovada no âmbito do Programa Combustível do Futuro, lançado em dezembro de 2023, e será reavaliada na próxima reunião do CNPE, ainda sem data definida. O adiamento ocorre em meio à expectativa de acomodação do preço do óleo de soja, principal matéria-prima do biodiesel, cujo custo registrou alta no último ano devido a fatores climáticos que reduziram a safra nacional.

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O ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, afirmou que a medida visa garantir maior disponibilidade de óleo de soja, evitando impactos na inflação dos alimentos. “Com o início da safra, o preço do óleo de soja já começou a cair, mas precisamos agir com cautela. O adiamento do B15 permitirá maior oferta do produto, sem disputa com o óleo de cozinha, e ajudará a reduzir os preços para o consumidor”, justificou. O ministro ressaltou ainda que a quebra da safra anterior, causada por fatores climáticos, resultou em um aumento significativo do preço do óleo de soja, o que influenciou a decisão do governo.

Segundo Fávaro, a decisão busca evitar um descomo entre a oferta de óleo de soja e seu uso para consumo humano e para a produção de biocombustíveis. O ministro da Agricultura e Pecuária destacou que a medida visa garantir maior disponibilidade do produto no mercado interno, contribuindo para a redução dos preços ao consumidor.

Ele também ressaltou que, no ano ado, a quebra da safra de soja devido à crise hídrica gerou uma redução na oferta de óleo vegetal. Isso ocorreu ao mesmo tempo em que os estímulos ao biodiesel foram retomados, o que resultou no aumento dos preços do óleo de soja nas prateleiras dos supermercados.

REAÇÕES – A decisão, no entanto, gerou forte reação do setor de biocombustíveis, que considera a mudança um retrocesso para a previsibilidade do mercado e os investimentos no segmento. A Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) criticou a postura do governo, alegando que a medida compromete a segurança jurídica e afeta toda a cadeia produtiva. “O país estabeleceu compromissos na transição energética e, agora, volta atrás com uma visão equivocada sobre o impacto do biodiesel na inflação. Isso coloca em risco bilhões de reais em investimentos e prejudica o setor produtivo”, afirmou a entidade em nota.

Além das implicações econômicas, o setor argumenta que a manutenção do B14 pode impactar a agricultura familiar, que depende da demanda por biodiesel para sustentar a produção de soja e farelo para ração animal. “O setor se preparou para ampliar a oferta em 7%, com contratos já firmados e estrutura produtiva ajustada para o novo percentual. A decisão do CNPE desestabiliza esse planejamento e gera insegurança no mercado”, alertou a Aprobio.

O adiamento também levanta preocupações sobre o cumprimento das metas ambientais do país. O biodiesel é um dos principais instrumentos de descarbonização da matriz energética brasileira, e especialistas apontam que a postergação da mistura pode retardar avanços na redução das emissões de gases de efeito estufa. O setor reafirma que a alta nos preços do óleo de soja não está diretamente ligada ao aumento do uso de biodiesel, mas sim a fatores climáticos e de mercado.

“O governo precisa entender que incentivar o biodiesel não apenas fortalece a economia nacional, mas também reduz a dependência de combustíveis fósseis e melhora a qualidade do ar”, destacou a associação.

(Com Pensar Agro)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo s1k6

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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