Boletim Climático 7222v
Como fica o clima na entrada do outono? 3w4l5i
A tendência para o outono é que as condições permaneçam neutras, embora em parte da estação com anomalias positivas de temperatura da superfície do mar sem que seja caracterizado um evento clássico de El Niño.
Em 2025, a tendência é de um outono com chuva abaixo da média na maior parte do Centro-Sul do Brasil com precipitações muito abaixo da média em algumas áreas, em especial mais ao Sul do país.
O cenário, assim, não é favorável à agricultura. Não se espera no Rio Grande do Sul uma normalização tão cedo do grande déficit de precipitação acumulado ao longo do verão e que levou mais de 200 municípios à decretação de emergência.
Há preocupação ainda com o milho safrinha porque a escassez de chuva pode levar a perdas. Em pontos mais próximos da costa, entre Santa Catarina e o Rio de Janeiro, entretanto, a chuva pode ficar perto e acima da média em parte da estação.
Áreas do Rio de Janeiro, Espírito Santo e parte de Minas Gerais, sobretudo o Sul, podem ter chuva perto ou acima da média na estação. São Paulo e Mato Grosso do Sul têm uma tendência de chuva mista para o outono com precipitação abaixo e acima da média, conforme a localidade, tal a variabilidade grande de volumes que se projeta entre um município e outro no decorrer da estação.
Já no Mato Grosso, a chuva deve ficar abaixo da média na maioria das localidades. Apesar da tendência geral de chuva abaixo da média em muitas áreas do Centro-Sul do Brasil, há o risco de episódios pontuais de precipitação muito intensa, com elevados volumes, capazes de gerar transtornos, especialmente na atuação de frentes frias e quentes assim como em centros de baixa pressão.
TEMPERATURA NO OUTONO 6v3h62
Dias quentes são normais ainda em abril e maio. Mesmo em junho podem ocorrer alguns dias quentes. Quando há período quente mais prolongado em maio após dias frios há a ocorrência do chamado veranico de maio, mas ele não ocorre todos os anos.
A partir de todos os dados de modelos e outros de analogia histórica e teleconexões climáticas, a MetSul espera um outono com predomínio de dias de temperatura acima da média na maioria dos estados do Centro-Sul do Brasil e vários com calor.
A temperatura deve ficar muito acima da média em algumas áreas, principalmente em parte do Centro do país. No Sul do Brasil, o outono tem uma maior probabilidade de temperatura acima da média no Paraná e com possibilidade de desvios positivos de temperatura mais significativos no Noroeste e no Norte do estado. Santa Catarina e Rio Grande do Sul devem ter maior variabilidade na temperatura com marcas perto e acima da média.
Um outono frio, assim, é extremamente improvável no Sul do Brasil. Isso, contudo, não significa que vai deixar de fazer frio. Muito pelo contrário. Eventos de frio devem ser dar no decorrer da estação, porém devem ser pontuais. A tendência, assim, é que não ocorra frio persistente e muito prolongado, mas episódico. Tampouco se espera uma estação com muitos dias de geada.
ESTAÇÃO DO NEVOEIRO E DA NEBLINA 2a4r59
Outra marca do outono, como estação de transição climática, é a grande diferença de temperatura da noite para o dia. Trata-se de um dos períodos do ano com maior amplitude térmica e que também proporciona um aumento nos dias de nevoeiro.
Com frequência, sob condições de céu limpo e ar seco, a temperatura pode variar até 20ºC ou mais no mesmo dia, o que força o uso de roupas mais pesadas no começo da manhã e vestuário mais leve no período da tarde, o chamado “efeito cebola”.
Comum no outono é a ocorrência de bruscas mudanças de temperatura. Muitas vezes na estação frentes frias avançam e as marcas nos termômetros que podem estar acima de 30ºC imediatamente antes da chegada da frente podem cair para valores abaixo de 10ºC em poucas horas.
ESTAÇÃO TEM AUMENTO DE CICLONES 496sm
As bruscas mudanças do tempo e da temperatura no outono não raramente são acompanhadas de vento forte do quadrante Oeste, do tipo Minuano, quando da presença de um ciclone mais intenso no Atlântico.
O vento forte costuma vir com ciclones extratropicais (sistemas de baixa pressão), fenômeno que se torna mais frequente justamente a partir do outono e que impulsiona o ar polar para o Sul do Brasil.
As rajadas quando há ciclones costumam variar, em média, entre 50 e 100 km/h, dependendo do posicionamento do sistema de baixa pressão. Em alguns casos mais extremos, as rajadas ultraam 100 km/h no Sul e no Leste gaúcho com fortes ressacas do mar na costa, danos e falta de energia.
Horas antes da mudança do tempo, atuam outro fenômeno que se chama correntes de jato de baixos níveis que costumam trazer vento Norte forte seco e quente com alta temperatura, especialmente na região de Santa Maria no caso do Rio Grande do Sul, em cidades da costa a Leste da Serra do Mar nos litorais do Sul e do Sudeste.
(Com METSUL e Ronaldo Coutinho)