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Quedas de energia: Infraestrutura não acompanhou o ritmo do agro 54026

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

As constantes quedas de energia elétrica têm gerado sérios prejuízos para quem depende desse recurso para trabalhar, tanto no campo quanto na cidade. No Paraná, a situação se agrava, afetando a produção rural e a operação de empresas urbanas, resultando em perdas financeiras e impactos psicológicos significativos.

No município de Sulina, na região sudoeste do estado, a produtora Rubia Duarte Donel enfrenta dificuldades com a produção aviária. As oscilações de energia têm sido frequentes, e mesmo o uso de geradores não tem sido suficiente para garantir a estabilidade necessária. “Essas quedas e oscilações acontecem há algum tempo. No domingo (16), perdemos mais de 700 aves. Precisamos de uma solução, pois isso inviabiliza nossa atividade”, desabafa Rubia, ressaltando a importância da energia para levar alimento à mesa das pessoas.

Milhares de peixes morrem por falta de energia em açudes

A Associação de Avicultores de Sulina tem acompanhado a situação e já solicitou à Copel, a companhia de energia elétrica, uma solução para o problema, mas até o momento não obteve resposta. O presidente da associação, Fernando Baldissera, destaca que a situação é crítica, com picos de energia ocorrendo diariamente. “Estamos unindo forças com a prefeitura e a câmara de vereadores para buscar uma solução”, afirma.

A situação não é exclusiva de Sulina. No oeste do Paraná, em Palotina, os produtores também enfrentam desafios semelhantes. Edmílson Zabott, presidente do Sindicato Rural de Palotina, alerta que a falta de energia impacta toda a cadeia produtiva, especialmente na produção de proteínas animais, que representa 70% da economia local. “O pouco que o produtor ganha está sendo gasto com óleo diesel para manter os geradores funcionando”, explica.

A questão da energia elétrica foi discutida recentemente na Assembleia Legislativa do Paraná, onde representantes do Bloco da Agricultura Familiar reconheceram os prejuízos enfrentados pelos agricultores. Uma comissão foi criada para entregar um relatório à Copel, solicitando indenizações rápidas para os produtores afetados. Em 2023, mais de 28 mil pedidos de indenização foram feitos à companhia, com apenas 7 mil atendidos.

A Copel, por sua vez, atribui parte das interrupções à vegetação que atinge a rede elétrica e afirma estar realizando ações para mitigar esses problemas. Carlos Galina, gerente regional de operações de campo da Copel, comenta que cerca de 50% das quedas são causadas por árvores próximas à rede elétrica e que a empresa está trabalhando em parceria com os municípios para resolver a situação.

Enquanto isso, a luta por uma solução continua, com produtores e empresários se unindo para garantir a estabilidade necessária para suas atividades e a segurança alimentar da população.

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Após as reclamações, representantes da Companhia Paranaense de Energia (Copel) estiveram na Prefeitura de Sulina. A visita dos técnicos foi uma resposta rápida à solicitação feita nesta semana na capital paranaense. O único tema da reunião foi a instabilidade no fornecimento de energia elétrica no município, que afeta toda a cadeia produtiva local.

Daniani Gabriel, gerente de manutenção da Copel, explicou que a empresa está realizando uma força-tarefa extraordinária para identificar as causas das constantes quedas de energia. Segundo os técnicos, as falhas frequentes no fornecimento são causadas principalmente pela alta carga da geração distribuída. Atualmente, as equipes da Copel trabalham em conjunto para revisar todos os equipamentos responsáveis pela distribuição de energia, com o objetivo de mitigar e eliminar essas falhas.

Daniani também solicitou a todos os munícipes que registrem, nos canais oficiais da Copel, quaisquer falhas e interrupções no fornecimento. Esses registros são fundamentais para direcionar as equipes de manutenção, agilizar o atendimento e contribuir para o plano de contingência da companhia, garantindo que o serviço não seja interrompido.

Os técnicos da Copel anunciaram que já há um prazo definido para a solução dos problemas recorrentes: em 45 dias, os resultados das manutenções e melhorias implementadas deverão ser perceptíveis, visando uma solução definitiva. Segundo Daniani, o objetivo da visita ao município é claro: apresentar soluções para os problemas enfrentados e reafirmar o compromisso da Copel com todos os sulinenses.

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo s1k6

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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