AGRICULTURA 202h3b
Uma nova forrageira surge para uso em sistemas lavoura-pecuária t375r
Uma nova cultivar de ervilhaca (Vicia sativa L.) agrega produtividade e sustentabilidade à pecuária de corte no País. Desenvolvida em parceria entre a Embrapa, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Associação Sul-brasileira para o Fomento de Pesquisa em Forrageira (Sulpasto), a URS BRS Presilha é uma cultivar forrageira com grande potencial para compor sistemas de integração Lavoura-Pecuária (ILP), tanto em pastejo, quanto na cobertura do solo. Isso porque a espécie é uma leguminosa anual de clima temperado, em contraponto à maioria dos trevos, cornichão e alfafa, que são perenes.
“Isso ajudou a posicionar a ervilhaca principalmente em áreas de integração Lavoura-Pecuária, onde até hoje os produtores relutam em investir em espécies forrageiras perenes pelo fato da rotação anual das pastagens com culturas agrícolas”, explica o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul Daniel Montardo, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da cultivar.
Outra característica que potencializa o uso da espécie em sistemas integrados é o fato de possuir as maiores sementes entre as leguminosas forrageiras de clima temperado usadas no Sul do Brasil. Isso confere à espécie maior habilidade competitiva durante o estabelecimento da pastagem, bem como maior facilidade de implantação e distribuição das sementes, mesmo em sobressemeadura em áreas de pastagens perenes de verão, como tifton e bermudas em geral, e até mesmo sobre cultivares de menor porte de panicum e braquiária.
Outras vantagens da URS BRS Presilha 4d3pw
Além de estratégica para os sistemas de ILP, a URS BRS Presilha apresenta elevada produção de forragem, boa sanidade, tolerância ao pastejo, boa capacidade de rebrote, e vigor inicial, o que lhe confere habilidade competitiva, além de adaptação a diferentes condições edafoclimáticas.
A nova cultivar de ervilhaca apresenta, ainda, bons teores de proteína e capacidade de fixar nitrogênio atmosférico no solo, a partir da simbiose com bactérias do gênero Rhizobium, sendo mais adaptada a solos bem drenados.
A habilidade competitiva da URS BRS Presilha também permite a sua utilização em consórcios com outras forrageiras de inverno, como aveia e azevém. Além disso, é um componente importante em mixes de cobertura, nos quais é capaz de incorporar nitrogênio e auxiliar na estruturação do solo por meio de um sistema radicular vigoroso e diversificado em relação às gramíneas.
Outras características importantes são a maior tolerância a déficits hídricos e a menor propensão a causar problemas de timpanismo (acúmulo de gases) nos animais, quando comparada a outras leguminosas forrageiras.
Claudio Lopes e Cesar Grinke, presidente e membro do Conselho de istração da Sulpasto, respectivamente, reforçam a melhor produtividade da URS BRS Presilha e, além dos sistemas já citados, destacam a possibilidade de uso da cultivar na fruticultura, incorporando nitrogênio e protegendo o solo, com sua palhada resistente e lenta decomposição.
Segundo Lopes, a parceria com a UFRGS e Embrapa contribui para a aceitação da nova forrageira pelo setor produtivo. “Nós, produtores de sementes, temos percebido que a Presilha é um material diferenciado. Há muito espaço para a ervilhaca no mercado e a nova cultivar garante mais qualidade e melhor desempenho no campo”, complementa Grinke.
(Com Embrapa)