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Produção precoce de pinhão avança no Brasil e já rende frutos 1u2t3z

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Foto: Foto: André Kasczeszen/ Fazenda Belvedere - Castro - Paraná

Um estudo da Embrapa Florestas (PR), realizado em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), concluiu que o pinhão precoce, produzido por araucárias clonadas via enxertia, possui o mesmo sabor e valor nutricional do tradicional.

A técnica, que permite a produção em metade do tempo necessário para árvores convencionais, reduz o período de espera de 12 a 20 anos para apenas 6 a 10 anos. O avanço representa uma oportunidade para agricultores, estimulando o cultivo da araucária e promovendo sua conservação por meio do uso sustentável.

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A pesquisa também comprovou que os pinhões precoces mantêm a qualidade nutricional dos tradicionais, sendo ricos em proteínas, carboidratos e fibras, além de apresentarem baixo teor de gordura e alto valor calórico.

Apesar dos avanços, especialistas alertam para desafios no manejo dos pomares e na escolha correta das matrizes, o que levou à criação de um manual de boas práticas. Os pesquisadores também reforçam a importância da aquisição de mudas em viveiros credenciados, garantindo a qualidade da produção.

Além de facilitar a comercialização do pinhão, a clonagem via enxertia pode contribuir para a redução de acidentes com escaladas durante a colheita, já que as árvores enxertadas tendem a ser menores do que as nativas.

A clonagem da araucária por meio de enxertia tem impulsionado a produção precoce de pinhão no Brasil, permitindo que produtores colham as sementes em metade do tempo necessário para árvores convencionais. A técnica, que começou a ser adotada comercialmente pelo Viveiro Porto Amazonas (PR), agora ganha espaço em diferentes regiões do país.

O viveiro, pioneiro no uso da enxertia com matrizes selecionadas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e, mais recentemente, com cultivares registradas pela Embrapa, produz cerca de 3 mil mudas por ano. Segundo o biólogo e gerente do viveiro, Leonel Anderman, o avanço da técnica incentiva produtores rurais a adotarem a cultura, valorizando uma espécie nativa ameaçada.

Em Cunha (SP), a produtora rural Silmara Galhardo de Campos Silva investiu na produção precoce de pinhão com apoio técnico da Embrapa e da Casa de Agricultura local. “O pinhão sustenta diversas famílias da região e a antecipação da colheita garante renda extra”, afirma. Já no Paraná, o empresário Cleverson Coradin viu na tecnologia uma oportunidade de melhorar o cultivo: “Enquanto esperava até 20 anos para ter pinhão, agora meu pomar, com sete anos, já está produzindo.”

Além dos benefícios econômicos, o avanço da técnica tem contribuído para a conservação da Araucaria angustifolia, espécie criticamente ameaçada de extinção. A clonagem pode reduzir a pressão sobre as árvores nativas e fomentar o cultivo em sistemas agroflorestais.

Em Bituruna (PR), a produção precoce de pinhão se tornou política pública. O programa municipal “A Força das Araucárias” incentiva o plantio de mudas enxertadas, com cem produtores rurais já participantes. O município também trabalha na instalação de uma agroindústria de farinha de pinhão, ampliando as possibilidades de comercialização da semente.

O professor Flávio Zanette, pioneiro na clonagem da araucária, destaca que a técnica fortalece a conservação pelo uso sustentável. Já o pesquisador da Embrapa Florestas, Ivar Wendling, aprimorou métodos que permitem a indução da produção precoce. “A clonagem permite que a nova planta se comporte como se tivesse a idade da matriz, acelerando o ciclo produtivo”, explica Wendling.

(Com Embrapa)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo s1k6

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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