AGRICULTURA 202h3b
Safra de cana recua no Centro-Sul 462v6m
Mesmo enfrentando uma queda acentuada na produtividade agrícola e na moagem de cana-de-açúcar, o setor sucroenergético do Centro-Sul do Brasil atingiu um marco histórico na safra 2024/2025: a maior produção de etanol já registrada, totalizando 34,9 bilhões de litros.
Esse resultado foi impulsionado por decisões estratégicas, como a maior destinação da cana para a produção de biocombustíveis e o crescimento significativo do etanol de milho, que alcançou o volume recorde de 8,19 bilhões de litros, representando quase um quarto de toda a produção de etanol na região.
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A safra foi marcada por adversidades climáticas e operacionais, como a seca prolongada e os incêndios que afetaram as lavouras, especialmente em São Paulo, principal estado produtor da região, onde a produtividade agrícola caiu 14,3%. Além disso, o rendimento médio das lavouras recuou 10,7%, chegando a 77,8 toneladas por hectare.
Apesar desses desafios, as usinas demonstraram capacidade de adaptação ao ajustar o mix de produção e direcionar 51,95% da matéria-prima para a fabricação de etanol. Esse foco resultou em um crescimento de 10,2% na produção de etanol hidratado, que atingiu 22,5 bilhões de litros, enquanto o etanol anidro teve redução de 5,6%, totalizando 12,3 bilhões de litros.
Outro fator positivo foi a qualidade da cana colhida, com o índice de ATR, que mede o açúcar recuperável por tonelada, registrando alta de 1,33% e atingindo 141,07 kg por tonelada. Isso demonstra que, mesmo diante das adversidades, as usinas conseguiram otimizar o rendimento da matéria-prima processada.
O avanço do etanol de milho foi um destaque da safra, com aumento de mais de 30% em relação ao ciclo anterior, consolidando sua importância na matriz de biocombustíveis brasileira. A produção crescente desse biocombustível reflete a expansão da cadeia do milho no Brasil central, evidenciando o potencial desse cereal como alternativa estratégica para o setor.
A capacidade de adaptação e inovação das usinas foi crucial para que o setor sucroenergético superasse as dificuldades e reforçasse sua posição como um pilar estratégico da agroenergia no Brasil. Apesar da redução na produção de açúcar, que totalizou 40,1 milhões de toneladas, o desempenho do etanol reafirma a relevância do setor para atender às demandas energéticas e ambientais do país.
(Com Feagro)