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Acordos: Brasil exportará farelo de milho e mais produtos avícolas para a China 573n58

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Imagem: ABPA

O Brasil assinou protocolos com a China nesta terça-feira (13) para permitir a exportação de grãos secos de destilaria (DDGs), como é conhecido o farelo de milho derivado da produção de etanol do cereal, além de acordos para exportar mais produtos avícolas.

A exportação pelo Brasil do DDG, utilizado como insumo na ração animal, desafia o domínio dos EUA nesse mercado em meio a disputas comerciais entre China e EUA. Além deste, o país abriu o mercado chinês para a exportação de carne de pato, carne de peru, miúdos de frango (coração, fígado e moela) e farelo de amendoim, segundo nota do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) do Brasil.

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“O Brasil alcança uma conquista histórica com o maior número de aberturas de mercado para a China de uma única vez. É um reflexo da confiança mútua e da boa relação entre os dois países”, Carlos Fávaro, afirmou o ministro da Agricultura.

Em 2024, a China importou US$ 155 milhões (R$ 878,7 milhões na cotação atual) de miúdos de frango, US$ 50 milhões (R$ 283 milhões) de carne de peru, US$ 1,4 milhão (R$ 8,2 milhões) de carne de pato, mais de US$ 66 milhões (R$ 373,6 milhões) em DDG e DDGS e US$ 18 milhões (R$ 102,2 milhões) em farelo de amendoim, segundo dados da aduana chinesa citados pelo ministério brasileiro.

A China já é um importante destino das exportações de carne de frango do Brasil. Além das aberturas de mercados, os governos brasileiro e chinês firmaram um memorando para abertura do mercado do país asiático para o etanol.

Em entrevista à Reuters na segunda-feira, Guilherme Nolasco, presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), disse que Brasil e China trabalham desde 2022 para finalizar um acordo sanitário para a exportação de DDG, acrescentando que as atuais “amplas mudanças geopolíticas” representam um momento favorável para a conclusão do acordo.

“Isso abre uma oportunidade para o Brasil se tornar mais um fornecedor, mais uma opção para a China adquirir produtos de nutrição animal. Para nós, significa restabelecer e fortalecer o relacionamento entre os mercados brasileiro e chinês, que compartilham múltiplos interesses mútuos”, disse Nolasco.

Para o presidente da Unem, a abertura do mercado para o DDG brasileiro ocorreu em “tempo recorde”, marcando um “fato histórico” para o setor de etanol de milho.

O acordo, descrito em um documento do governo brasileiro ao qual a Reuters teve o, ressalta o esforço do Brasil para fortalecer os laços agrícolas com a China, enquanto o presidente Lula visita o país e a crescente produção brasileira de DDG impulsiona a busca por mercados alternativos. Os grãos secos de destilaria (DDGs) são altamente valorizados na alimentação animal, especialmente para suínos, bovinos e aves.

Em 2024, os EUA foram praticamente o único fornecedor de DDGs para a China, dominando o mercado com 99,6% das importações em volume, avaliadas em US$ 65,7 milhões (R$ 378,9 milhões), segundo dados da alfândega chinesa.

De acordo com Nolasco, mais de 10 novas usinas estão em construção e devem iniciar a produção de etanol de milho e DDG nos próximos dois a três anos, coincidindo com a abertura do mercado chinês.

Nolasco espera que a produção de DDG no Brasil possa atingir até 5 milhões de toneladas em 2025/26, à medida que o etanol de milho cresce e a a ocupar mais de 20% do total produzido do biocombustível no país.

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A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) celebrou o anúncio do Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil sobre a abertura do mercado da China para miúdos de frangos, carne de peru e carne de patos provenientes de estabelecimentos brasileiros.

O anúncio foi feito em meio à missão presidencial do Brasil na China, maior parceiro comercial do setor de proteína animal do Brasil, para onde foram destinadas, em 2024, mais de 770 mil toneladas de carne de frango e de carne suína produzidas nas indústrias brasileiras.

Agora, a abertura do mercado chinês para três novos produtos de aves abre oportunidade para a ampliação da pauta exportadora, entre um novo segmento em frangos (incluindo coração, fígado e moela), além de duas novas proteínas, de patos e de perus, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

(Com Forbes Agro e ABPA)

 

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo s1k6

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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