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Agricultores conhecem projetos referência de bananicultura q4u23

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Visitantes conheceram cultivos experimentais da EEI (Fotos: Renata Rosa / Epagri)

Um grupo de 15 produtores rurais de Paranaguá e Morretes, no Paraná, visitou a Estação Experimental da Epagri em Itajaí (EEI) no dia 24 de abril para conhecer o trabalho desenvolvido na bananicultura, que é referência nacional. Eles vieram acompanhados do extensionista rural Leoclides Lazzaroto, do Instituto do Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), e conheceram a unidade de processamento de banana (casa de embalagem), os cultivos experimentais e o biofertilizante para produção orgânica.

A Epagri faz um estudo em parceria com a entidade paranaense em Morretes, que é dividido em três etapas: classificação de genótipos em relação à tolerância à toxidez causada por alumínio; avaliação do efeito da acidez e alumínio no desenvolvimento inicial desses genótipos; avaliação da acidez e alumínio no solo, no desenvolvimento, estado nutricional e produção dos cultivares. As mudas micropropagadas dos cultivares Grande Naine e Prata Anã foram fornecidas pela Epagri. O estudo tem duração de quatro anos.

Agro catarinense fechou 2024 com R$ 63,7 bilhões

Um diagnóstico recente realizado na região produtora catarinense constatou que 57% dos pomares ainda apresentam solos ácidos, o que prejudica a produtividade. Uma estratégia para sanar o problema é o plantio de cultivares mais adaptadas a esse tipo de solo.

Na manhã do dia 24 os agricultores foram recebidos pelo engenheiro-agrônomo Ricardo Negreiros. Após uma breve explanação sobre o trabalho desenvolvido pela Epagri no setor da bananicultura e sua importância na qualificação da cadeia produtiva, Ricardo mostrou o resultado de seus estudos sobre como garantir a qualidade da fruta no processo de pós-colheita até chegar à mesa do consumidor.

O pesquisador mostrou exemplos de boas práticas no processamento da banana, a higienização do produto após o corte das pencas, o cuidado na retirada da florescência de cada fruto para evitar contaminação por vírus e bactéria, e a câmara de climatização utilizada para que os frutos amadureçam de forma homogênea. Ele explanou também sobre o que não fazer, como sobrepor os cachos no reboque do trator, o que acaba amassando as frutas e acelerando a maturação, diminuindo seu tempo de prateleira.

Produção orgânica em alta  505ds

A bananicultura está em alta. “Eu sempre vi bananas no mercado sem a florescência e não imaginava que ali pudesse ter alguma coisa que pudesse prejudicar o fruto”, se espantou Marcelo Pereira, 44. Ele é produtor rural há 20 anos e revende seus produtos na feira de sua cidade: hortaliças, berinjela, quiabo, vagem, inhame, tudo sem defensivo agrícola. “Metade da produção já é certificada com o selo de orgânico. Eu fiz o primeiro teste há seis anos com a couve e desde então fui abandonando o herbicida. Se meus avós plantavam usando os recursos da natureza, eu também podia fazer o mesmo”, argumentou.

A mesma opinião tem Edgard Tenório Cavalcanti, 70. Ele conta que é produtor rural a vida toda e há 20 anos adotou o sistema de cultivo orgânico. Hoje produz 62 variedades de frutas, legumes, verduras, café e até frutos da Amazônia, como o cupuaçu. “Quando comecei acharam que eu estava doido. Mas com o calor que faz em Paranaguá, as mudinhas se adaptaram bem”, lembra. Edgard vende os produtos na própria propriedade, que hoje recebe visitantes do turismo rural. Em Itajaí, veio conhecer o trabalho desenvolvido na Epagri para aprimorar o cultivo da banana. “Informação nunca é demais”, acredita.

Discussão sobre a bananicultura contemplou boas práticas no processamento da banana, entre outros temas

Após a casa de embalagem, os produtores foram a campo conhecer os experimentos do pesquisador Ramon Scherer. A EEI mantém uma coleção com quase 100 cultivares de bananas. Os agricultores conheceram variedades incomuns como a banana Carú Roxa e outras fruto de cruzamentos, mutação natural e melhoramento genético.

À tarde foi a vez de conhecerem a unidade de produção do biofertilizante aeróbico desenvolvido pelo engenheiro-agrônomo e supervisor técnico da EEI, Alexandre Visconti. Apesar de ter sido elaborado para a produção de hortaliças orgânicas, o pesquisador garante que tem bom resultado em outras culturas, como a da banana, associada a outros fertilizantes como esterco animal, também para controle de doenças de solo.

(Com Renata Rosa/Epagri/Fapesc)

Autor: Fernanda Toigo

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Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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