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Plataforma disponibiliza monitoramento do mosquito da dengue 3i255m

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Produto vai apoiar decisões relacionadas a medidas de combate ao Aedes aegypti. Imagem: Epagri

A Epagri disponibilizou na sua plataforma Agroconnect um sistema voltado para monitoramento de ciclos de vida e gerações do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e outras doenças denominadas arboviroses. O produto, desenvolvido por técnicos da Epagri/Ciram, informa, com base na temperatura do ar, o número de dias que o inseto leva para se desenvolver do ovo até a fase adulta, quando a a representar risco efetivo de transmissão de doenças a humanos. O sistema informa ainda quantas gerações do mosquito serão possíveis de acordo com a temperatura vigente na época do ano.

Hamilton Justino Vieira, um dos pesquisadores da Epagri/Ciram que desenvolveram o estudo, explica que o produto foi desenvolvido para apoiar as autoridades nas decisões que vão subsidiar medidas preventivas ligadas ao combate das arboviroses. Numa próxima etapa, o sistema vai disponibilizar a previsão de ciclos de vida e gerações do mosquito, baseada nas temperaturas, para cinco, dez e 15 dias.

Dados agrometereológicos de graça para produtores

O sistema de monitoramento do mosquito da dengue faz parte do projeto Miríades, que se propõe a disponibilizar no Agroconnect monitoramento e previsão de insetos-pragas que atacam as principais culturas agrícolas de Santa Catarina. O projeto, coordenado pela pesquisadora da Epagri/Ciram Iria Araújo e desenvolvido com recursos próprios, reúne uma equipe multidisciplinar, incluindo os entomologistas que atuam em diferentes unidades da Epagri espalhadas pelo Estado.

Temperatura do ar interfere no desenvolvimento do inseto 4c4b6g

O novo produto disponível no Agroconnect foi desenvolvido com base em estudo descrito em artigo publicado na Agropecuária Catarinense, revista científica da Epagri. O estudo levantou as condições de temperatura do ar que interferem na proliferação do inseto, desde a postura dos ovos até a fase adulta.

Hamilton explica que os insetos são animais de sangue frio, o que significa que não conseguem gerar calor interno para regular a temperatura corporal. Como têm pouca massa corporal, qualquer variação na temperatura ambiente interfere em seu ciclo de vida, o que explica a grande influência dessa variável ambiental.

A pesquisa desenvolveu equação matemática que relaciona o desenvolvimento do A. aegypti com as temperaturas médias horárias. Os cálculos possibilitaram estimar a duração, em dias, do ciclo ovo à fase adulta, sua distribuição mensal, número anual e a média histórica mensal de gerações.

Conclusões para Florianópolis e para SC 5x242

Uma parte do estudo se concentrou em Florianópolis, quando foram avaliadas temperaturas horárias registradas por estações meteorológicas entre 2001 e 2023. No âmbito estadual, os dados avaliados foram registrados entre 2022 e 2023, por 37 estações meteorológicas espalhadas no território catarinense.

Geoespacialização da estimativa anual de gerações do Aedes aegypti para os anos 2022-2023 em Santa Catarina

O estudo contabiliza que em Florianópolis o mosquito da dengue pode se desenvolver em ciclos de dez a 15 dias no verão e de cerca de 30 dias no inverno. Também ficou estimado que o número de gerações do A. aegypti na capital catarinense pode variar de 18 a 21 no período de um ano.

Na parte do estudo que abrangeu o território de Santa Catarina, constatou-se que no litoral ocorre maior número de gerações do mosquito, média de 18 a 22 por ano. Já a região do Planalto Sul, onde a altitude é mais elevada e, portanto, o frio é maior, registra o menor números de gerações, entre 5 e 9 por ano. O Planalto Norte apresenta estimativa do  número de gerações anuais intermediário, entre 10 e 13. No Oeste os valores da estimativa ficam entre 14 e 17 gerações, se aproximando da região litorânea.

De modo geral, as condições de temperatura em Santa Catarina permitem ao A. aegypti desenvolver, em média, 19 gerações anuais, com uma a 2,5 gerações ao mês. A duração estimada do ciclo de vida varia de 10 a 30 dias, dependendo dos meses do ano.

Os pesquisadores alertam que os resultados obtidos foram provenientes da estimativa da duração e número de ciclos do mosquito, baseados nos dados da rede de estações meteorológicas da Epagri, e não do número de indivíduos.

(Com Gisele Dias/Epagri)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo s1k6

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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