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Armadilhas ajudam a monitorar pragas quarentenárias 6k3ku

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Foto: MAPA

A cada 15 dias, auditores fiscais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em São Paulo se dirigem a 15 endereços diferentes, estrategicamente escolhidos, para inspecionar armadilhas que monitoram a detecção da traça europeia dos cachos da videira, Lobesia botrana, uma praga quarentenária ausente no Brasil. O procedimento, considerado uma rotina, se soma a outros mecanismos utilizados pela Defesa Agropecuária brasileira para manter o país livre de pragas e doenças que poderiam ameaçar a produção nacional.

Lobesia botrana é a principal praga da videira no mediterrâneo, estando presente também nos EUA, Argentina e Chile. Assim, através do monitoramento constante em todas as regiões produtoras de uva no país, o Brasil comprova a ausência da mesma e pode usar medidas legais para impedir que produtos infestados possam entrar no território brasileiro. Este monitoramento faz parte do Plano Nacional de Prevenção e Vigilância da Lobesia botrana, regulamentado pela Portaria n°33, de 29/01/2020.

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A Lobesia é uma mariposa que causa danos aos frutos da uva e o seu ataque abre porta para instalação de outras doenças, principalmente as fúngicas, e pode provocar danos ambientais e econômicos.

As armadilhas usadas no monitoramento de Lobesia botrana são do tipo Delta, sendo utilizados feromônios sexuais químicos que atraem insetos. O material é importado com autorização do Mapa pelas representações do Rio Grande do Sul e Paraná. A distribuição é feita a todos os Estados que monitoram esta praga (RS, SC, PR, SP, MG, BA, PE). Ao se aproximar de uma armadilha atraído pelo feromônio, o inseto fica preso a uma base adesiva, não conseguindo sair.

No Estado de São Paulo, o monitoramento tem sido realizado de maneira constante durante a safra normal e safrinha (poda verde) desde 2018. Os números de insetos suspeitos capturados são baixos, mas basta um exemplar de praga quarentenária para disparar o sistema de alerta. Em 2023, foram feitas 286 verificações das armadilhas e dois insetos suspeitos foram enviados para análise. No ano ado, em 252 verificações, foram localizados três insetos suspeitos. Neste ano, até o momento, 89 verificações in loco foram realizadas, com quatro insetos suspeitos encontrados.

As amostras com insetos suspeitos são encaminhadas ao laboratório da Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves (RS), para identificação da praga. “O Mapa implantou um programa de monitoramento de Lobesia botrana. Desde o início desta atividade, sempre que se encontra uma mariposa suspeita, os técnicos do Mapa me enviam amostra para confirmar se é Lobesia ou não. Esse ano, eu recebi as quatro amostras, mas nenhuma delas trata-se de Lobesia. Isso significa que felizmente não temos essa espécie danificando videiras no Brasil”, disse o pesquisador Marco Botton.

A chefe do Serviço de Fiscalização de Insumos e Sanidade Vegetal de São Paulo (Sisv-SP), Carolina de Araújo Reis, disse que o número de verificações flutua ao longo do ano. “Com o avanço do conhecimento técnico, variedades e produtos, algumas regiões do Estado possuem duas safras ao ano, mantendo a cultura por pelo menos dez meses em campo, enquanto outras regiões mantêm a safra tradicional, que vai de setembro a fevereiro. Na região de Jales, o monitoramento ocorre entre abril a outubro durante a safra”, explicou Carolina.

As armadilhas inspecionadas pelo Mapa estão localizadas em pontos de entrada de frutas, como na Ceagesp (box que comercializa uvas importadas), Porto de Santos e Aeroporto Internacional de Guarulhos, onde a unidade do sistema de Vigilância Agropecuária (Vigiagro) apoia o trabalho. Além disso, as armadilhas são instaladas em propriedades com vinhedos localizadas em São Miguel Arcanjo, Jundiaí, Espírito Santo do Pinhal, Elias Fausto, Porto Feliz, Indaiatuba, Pilar do Sul e Salto de Pirapora.

Uma equipe da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) do Estado vistoria regularmente armadilhas em Tupi Paulista, Palmeira d’Oeste e Jales.

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(Com MAPA)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo s1k6

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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