SEGURANÇA 3e3v21
Indefinição do Marco Temporal aumenta tensão na fronteira 4of43

O ime em torno do Marco Temporal tem deixado o Oeste do Paraná num momento de grande insegurança para os agricultores de Terra Roxa e Guaíra, que enfrentam problemas de conflito agrário. A região faz fronteira com o Paraguai, o que deixa a situação ainda mais vulnerável. Várias áreas produtivas foram invadidas por indígenas, que nesta semana também investiram no bloqueio de rodovias. Segundo Jean Neri, advogado do Sindicato Rural de Terra Roxa, a situação reflete a complexidade e a instabilidade jurídica que esses agricultores enfrentam.
De acordo com Neri, a única solução para os conflitos fundiários na região é a aplicação do Marco Temporal, que já está previsto na Constituição brasileira. No entanto, a implementação dessa medida tem enfrentado obstáculos políticos e jurídicos. Ele explica que, após votação na Câmara dos Deputados e no Senado, a lei do Marco Temporal foi promulgada, mas atualmente está parada no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Gilmar Mendes, por exemplo, já realizou 15 reuniões sobre o tema, sem chegar a uma decisão definitiva.
Neri destaca que, enquanto o Marco Temporal não é definido, os conflitos continuam. “Sem dizer que a solução implantada pela Itaipu, de aquisição de terras na região, não resolve o problema. Essa abordagem não é democrática e não vai acabar com as invasões ou com a insegurança jurídica que os agricultores vivem”, afirma.
Ele também ressalta que muitos agricultores de Terra Roxa e Guaíra estão com dificuldades para obter financiamentos e seguros agrícolas nas áreas que podem ser alvo de demarcação de terras. Essa insegurança impede que eles invistam na produção, colocando em risco o desenvolvimento agrícola da região.
Para o advogado, a situação atual é de total insegurança jurídica, que prejudica não só os agricultores, mas também o crescimento econômico do oeste do Paraná. “Vivemos um momento delicado, com invasões e incertezas, e é fundamental que haja uma solução definitiva para garantir os direitos dos agricultores e a estabilidade na região”, conclui.